Faltarão produtos nos mercados de Marília, diz Apas
Mesmo se a situação fosse imediatamente normalizada nas rodovias do país, levariam dias para que os estoques dos mercados fossem normalizados. A afirmação é do diretor da Apas (Associação Paulista de Supermercados), Antônio Carlos Colatto, em entrevista ao Marília Notícia nesta quinta-feira (24).
Nos próximos dias os consumidores já podem sentir falta de alguns produtos nas gôndolas em Marília, principalmente em relação a alimentos perecíveis.
“Quem não trabalha com estoque está desesperado. E mesmo que tem mercadoria estocada não aguenta muito tempo”, diz Colatto.
De acordo com ele, alguns dos itens que acabam primeiro são frios (como mussarela e calabresa) e outras mercadorias que “giram bastante”. Hortifrúti e açougue também não devem ficar muito tempo disponíveis se a situação não for normalizada.
A reportagem também apurou que na manhã desta quinta o entreposto do Ceagesp de Marília recebeu menos da metade dos produtos agrícolas, como legumes e verduras. A situação deve impactar os preços.
Os principais produtos comercializados no Ceagesp Marília são laranja, banana, batata, tomate e repolho. O volume médio de comercialização é de 1,2 mil tonelada por mês no prédio localizado na Reverendo Crisanto Cesar, zona Norte, onde acontece o atacadão de segunda e quinta-feira na parte da tarde.
“Estamos na expectativa de como vai ser nessa quinta, mas já faltou bastante produto na parte da manhã. Depois do meio dia normalmente começa a chegar o que vai ser vendido depois das 15h, mas está tudo meio parado”, disse uma funcionária que trabalha no entreposto.
De acordo com o diretor da Apas Marília, os supermercados ainda podem contar com a produção da agricultura familiar local, “mas outros itens inevitavelmente vão começar a faltar, aquilo que não é produzido por aqui principalmente”.
“Se a paralisação dos caminhoneiros acabasse hoje, demoraria uns 21 dias para regularizar tudo, porque a logística vira uma bagunça. Espero que não se alongue e acabe isso o quanto antes, caso contrário teremos problemas graves”, diz Colatto.
O MN apurou que algumas indústrias da cidade que demandam de grandes quantidades de matéria prima para rodar, também já estão sendo afetadas. Uma das maiores do ramo de bolachas estaria com falta de farinha e outros produtos básicos para produção.