Ortopedistas da Santa Casa têm artigos publicados em importante revista
Os médicos ortopedistas da Santa Casa de Misericórdia de Marília, José Antônio Galbiatti e Sérgio Belluci, tiveram artigo publicado na Revista Brasileira de Ortopedia da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia).
Em um dos artigos são mostrados os resultados do tratamento cirúrgico de 31 tumores de células gigantes da bainha do tendão da mão encontrados entre 2006 e 2015.
Grupo de pacientes foi selecionado para avaliação, na qual foram estudados e avaliados os prontuários de pessoas submetidas a procedimento.
“Dos 31 pacientes da amostra, houve predomínio do sexo feminino e da etnia branca. O tumor acometeu principalmente indivíduos entre 30 e 50 anos. O lado mais afetado foi o esquerdo e a maioria dos tumores estava na face flexora” enfatizou Galbiatti.
O tumor de células gigantes da bainha do tendão, genericamente chamado de tumor de células gigantes de partes moles, é uma neoplasia benigna com origem no tecido sinovial tendinoso, peritendinoso ou articular.
“É considerado o tumor mais frequente da mão e deve-se a uma proliferação benigna de histiócitos na articulação e no tecido sinovial peritendinoso que se desenvolve ao redor da bainha do tendão, ligamento articular e sinóvia articular. Apesar de ainda existirem divergências, a etiologia mais aceita é a de hiperplasia reativa ou regenerativa associada com processo inflamatório” salientou o ortopedista.
Ocorre predominantemente como tumorações nas mãos, com propensão para os dedos radiais, frequentemente próximas à articulação interfalangeana distal. Há preferência do tumor pela face flexora da mão, embora a face extensora também possa ser acometida. Ocasionalmente podem ser encontrados lateralmente ou de forma circunferencial. Outros locais podem ser acometidos com menor intensidade, como pé, tornozelo, joelho e quadril.
“Esses tumores desenvolvem-se por longo período e geralmente mantêm o mesmo tamanho por muitos anos. Os pacientes acometidos apresentam taxa de colesterol normal. A transiluminação percutânea pode auxiliar no diagnóstico diferencial com ganglion (cisto sinovial). Radiograficamente apresenta uma massa de tecido mole circunscrito em metade dos pacientes e raramente deformação, rarefação e imagens líticas nos ossos”, explicou Belluci.
O exame ultrassonográfico pode auxiliar na definição das dimensões do tumor, identificação de lesões-satélite e diferenciação de ganglion ou lipomas, os mais comuns encontrados na mão. Deve-se pensar em outras hipóteses diagnósticas de tumores de partes moles, que serão apenas confirmadas com exame anatomopatológico. A ressonância magnética é o exame mais acurado para definir a lesão e suspeita diagnóstica.
O tratamento de escolha é a excisão total do tumor, também conhecida como biópsia excisional. Neste procedimento, tenta-se preservar as estruturas articulares, tendinosas, arteriais e nervosas. Sua recorrência varia de 5 a 50% e está relacionada principalmente a falhas na ressecção de todo o tumor ou quando se depara com lesões com elevada taxa de mitose. A variante maligna do tumor é rara e de difícil diagnóstico. Não há relatos de regressão espontânea.
Além de Galbiatti e Belluci, participaram do estudo Gabriel Rodrigues dos Santos Milhomens, Luís Felipe Haber Figueiredo e Silva, Diego dos Santos Santiago e José Cassimiro da Silva Neto.
Cotovelo
Em outro artigo publicado na Revista Brasileira de Ortopedia da SBOT, os médicos da Santa Casa de Marília destacam o assunto “Tríade terrível do cotovelo”.
O objetivo deste estudo foi analisar, retrospectivamente, os resultados clínicofuncionais e radiográficos do tratamento cirúrgico da tríade terrível do cotovelo, com no mínimo doze meses de acompanhamento pós-operatório, avaliando a função do cotovelo.
“Definimos um grupo de pacientes para avaliação retrospectiva no período de 2004 a 2015, no qual foram estudados 12 pacientes, submetidos a procedimento cirúrgico devido a fratura da cabeça do rádio, fratura do processo coronoide e luxação do cotovelo. Eles foram avaliados pelo escore Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand (DASH), grau de satisfação do paciente, grau de energia do trauma, radiografias, arco de movimento e complicações”, salientou Galbiatti.
Observou-se maior incidência de fraturas do processo coronoide do tipo II de Regan e Morrey. Em relação às lesões, nove pacientes apresentaram desinserção do músculo braquial. Metade dos pacientes apresentou queda da própria altura como mecanismo de trauma. Os graus de flexão e extensão do cotovelo tiveram respectivamente as médias: 126,6 e 24,1 graus; e as médias em graus de pronação e supinação foram respectivamente: 64,1 e 62,0 graus. Todos os pacientes apresentaram grau de força muscular IV ou V.
Também participaram deste segundo artigo: Fabrício Luz Cardoso, James Augusto Soares Ferro, Rafael Cassiolato Garcia Godoy e Evandro Pereira Palácio.