Assassino de professora fala com a imprensa
“Foi uma fatalidade o que ocorreu, uma discussão tola. Se ela não tivesse desferido golpes contra mim, depois da discussão, nada disso teria acontecido”, disse o mototaxista Jefferson Carlos da Silva, de 28 anos, ao chegar preso na Central de Polícia Judiciária durante a tarde desta sexta-feira (2) em Marília.
Jefferson é acusado de ter assassinado sua namorada, a professora Elisabete Aparecida Ribeiro, de 37 anos.
O motivo da briga seria o dinheiro gasto em uma viagem para Florianópolis que o casal fez no último ano novo. As declarações foram dadas em entrevista ao Marília Notícia e outros veículos de comunicação na CPJ.
O rapaz foi preso ontem (1º) no município de Praia Grande, litoral Sul de São Paulo.
De acordo com a Polícia Civil, Jefferson já tinha duas passagens pela Lei Maria da Penha. Uma delas em 2016, contra a ex-mulher, que teve seu braço quebrado por ele. A outra é de 2015, ocorrida em Praia Grande, onde foi capturado agora. O mototaxista já havia frequentado aquela cidade, onde inclusive possui parentes.
Quando Jefferson quebrou o braço da ex-mulher, a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) chegou a requerer sua prisão, mas o pedido foi negado pela Justiça. Ele teria se envolvido com Elisabete enquanto ainda era casado com a ex.
Apesar do histórico de violência contra mulheres, Silva afirmou que se arrepende do homicídio de Elisabete e garantiu que pretendia se entregar. O delegado Sebastião de Castro, no entanto, não acredita que Jefferson faria isso.
“Jefferson tentou resistir e nós rolamos com ele na areia”, contou o delegado. “Ele disse que pretendia ir pro Rio de Janeiro e virar andarilho, mas como a coisa está complicada por lá, ele não tinha ido ainda”.
O delegado também apurou que Jefferson chegou usar aplique no cabelo e andava somente de boné para esconder seu rosto.
A Polícia Civil recebeu informações na última semana de que Jefferson estaria morando em Praia Grande. Ele dormia em uma pousada da cidade litorânea. O assassino foi capturado quando vendia sorvetes.
Entrevista
Para Jefferson, o homicídio da professora foi “culpa dos dois”. O acusado diz ter recebido dela dois tapas e um arranhão no pescoço, quando se descontrolou e a matou com diversas facadas.
“Estava tudo correndo muito bem, um ano que a gente estava junto e aconteceu uma fatalidade em uma discussão tola. Discutimos por causa de um pagamento, que, no caso, não havia caído na conta dela”, afirmou o mototaxista.
Jefferson contou que o casal passou o réveillon em Jurerê Internacional, na cidade de Florianópolis (SC), e gastou “uma boa grana”. “Ela ficou de pagar as contas dela e eu pedi para ela se acalmar, que logo ia cair na conta dela esse dinheiro e logo ia acertar as contas. Só que ela se revoltou com essa situação, descontou em mim a viagem”.
“Tentei acalmar ela, segurar ela,estava muito explosiva, aí eu fiquei mais explosivo ainda porque ela desferiu os golpes. Foram dois tapas na minha cara, arranhão no pescoço, foi onde ocorreu tudo (…) Foi por impulso, coisa de segundos”.
O MN perguntou se Jefferson tinha histórico de brigas com Elisabete. “Histórico de briga? Eu? Contra ela? Nunca, nunca. Foi um ano tranquilo”, respondeu. Jefferson também contou que antes de ir para Praia Grande passou pela cidade de Catanduva.
Ele teria ido para o litoral por conta da “época de temporada, pra fazer um bico, alguma coisa”.
A prisão temporário vale por 30 dias, prorrogável pelo mesmo período.