Marília teve 187 internações por aborto em 2017
Marilia registrou 187 internações provocadas em decorrência de abortos entre janeiro e dezembro de 2017, de acordo com dados preliminares do DataSUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde), do Ministério da Saúde.
As internações dizem respeito a “abortos espontâneos”, “abortos por razões médicas” e “outras gravidezes que terminam em aborto”. As duas primeiras classificações representam juntos 83 casos, ou aproximadamente 45%.
Já o terceiro tipo, “outras gravidezes que terminam em aborto”, representaram 104 das internações decorrentes de abortos, o que significa 55% dos casos.
Nos 20 anos entre 1998 e 2017, foram 1.996 internações em Marília por conta da classificação “outras gravidezes que terminam em aborto”.
É importante observar: a reportagem do Marília Notícia apurou que nem sempre os casos registrados fora das categorias a “abortos espontâneos” e “abortos por razões médicas”, são decorrentes de abortos ilegais.
Ou seja, nem todos os casos de internações que contam como “outras gravidezes que terminam em aborto” foram decorrentes de complicações de procedimentos abortivos clandestinos.
Uma mulher que precisou voltar para o hospital e acabou internada, por exemplo, pode ter seu procedimento incluído na terceira classificação do DataSUS. Uma única mulher também pode acabar sendo internada mais de uma vez.
Atualmente, o aborto não é punido nos casos em que a gravidez é resultante do estupro ou quando represente ameaça à vida da gestante. Decisão do STF também prevê a interrupção da gravidez no caso de anencefalia do feto.