Toffoli depõe, mas Bulgareli foge da CPI do Ipremm
Começaram na tarde desta quarta-feira (24) as oitivas com os ex-prefeitos de Marília, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura a dívida de R$ 180 milhões da Prefeitura com o Instituto de Previdência do Município de Marília (Ipremm).
O primeiro a ser ouvido foi Ticiano Toffoli (PT) que exerceu o cargo após a renúncia de Mário Bulgareli (PHS), em março de 2012, até dezembro do mesmo ano. Toffoli afirmou que quando assumiu a Prefeitura havia um déficit muito grande.
“Logo que assumi, tomei conhecimento que existia um déficit mensal de R$ 8 milhões. Por isso, precisamos eleger prioridades para pagamentos e elaborar um plano para melhorar nossa arrecadação”, disse.
O ex-prefeito também declarou que naquele mesmo início de governo foi informado que já existia a falta de repasses das cotas patronais e de servidores, bem como o não pagamento do parcelamento de dívida, já existente.
Segundo a auditoria da Previdência Social, quando Ticiano Toffoli assumiu o governo, a dívida da Prefeitura com o Ipremm era de R$ 8 milhões, referente à cota patronal, outros R$ 12,9 milhões da cota dos servidores, e R$ 1,1 milhão referente ao parcelamento de dívida de governos anteriores, totalizando R$ 22 milhões.
Nove meses depois, quando deixou a Prefeitura, este valor era superior a R$ 43 milhões.
Toffoli explicou também que pagou parcialmente algumas parcelas e repasses atrasados, mas, segundo a CPI, estes pagamentos parciais ocorreram apenas nos dois últimos meses de seu mandato – novembro e dezembro de 2012 – restando outros sete meses de inadimplência.
Sobre o reajuste salarial concedido aos servidores, durante o seu governo, Toffoli disse que “não houve estudo de impacto financeiro futuro” e que “apenas houve um reajuste de 7% para acompanhar a inflação do período”.
Os membros da CPI questionaram se o ex-prefeito teve algum contato com a então presidente do Ipremm, Nilma de Oliveira Luiz e se ela havia feito algum pedido formal para que a Prefeitura fizesse os pagamentos.
“Nosso contato era apenas durante as reuniões de secretários, então discutíamos vários assuntos. Fica difícil lembrar, mas acredito que nenhum pedido foi feito nestas oportunidades”, disse Ticiano Toffoli.
Para o membro da CPI, vereador Maurício Roberto (PP), após as oitivas, documentos e depoimentos serão confrontados.
“É preciso cautela para atribuirmos responsabilidades. O que está claro, por hora, é que o Ipremm nunca foi prioridade para as administrações anteriores. Após o término das oitivas vamos analisar os documentos enviados para a nossa comissão e confrontá-los com os depoimentos realizados aqui, para subsidiar um relatório final”, disse.
Nesta quinta-feira, 25, estão agendados os depoimentos do ex-prefeito Vinícius Camarinha (PSB), que governou a cidade de janeiro de 2013 até 31 de dezembro de 2016 e o atual prefeito, Daniel Alonso (PSDB), às 14 horas e 16 horas, respectivamente, na sala de reuniões públicas.
Na sexta-feira (26) o ex-secretário da Fazenda, Nelson Virgílio Grancieri, o Nelsinho, é aguardado para prestar depoimento às 14 horas.
Como não compareceu nas duas datas anteriores em que foi intimado e nem justificou sua ausência, Nelsinho poderá ter o pedido de condução coercitiva efetuado pela CPI à Justiça, caso não apareça novamente.