Palocci diz querer colaborar, mas silencia sobre ‘Lula’
O ex-ministro Antonio Palocci (Casa Civil e Fazenda/Governos Lula e Dilma) ficou em silêncio na Polícia Federal, em Curitiba, base da Operação Lava Jato, em audiência no dia 11 de dezembro. Ele foi questionado pelo delegado Filipe Hille Pace sobre a relação que supostamente teria com a produção do filme Lula, o filho do Brasil e empresas privadas.
O depoimento registrou que Palocci “deseja colaborar na elucidação de tais fatos, mas que, neste ato, se reserva ao silêncio”.
Antonio Palocci tenta fechar um acordo de delação premiada com a Lava Jato. O ex-ministro está preso desde setembro de 2016 e já foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro a 12 anos e 2 meses.
Em setembro do ano passado, durante audiência perante o juiz federal Sérgio Moro, o ex-ministro incriminou Lula em ação sobre propinas da Odebrecht. Na ocasião, Palocci revelou um suposto “pacto de sangue” entre o petista e a empreiteira que previa propinas de R$ 300 milhões para o PT.
A cinebiografia sobre o ex-presidente Lula entrou na mira da Operação Lava Jato. A investigação apura o financiamento do longa, que estreou em 1.º de janeiro de 2010 e custou cerca de R$ 12 milhões. Participaram do financiamento de Lula, o filho do Brasil, além da Odebrecht, as empreiteiras OAS e Camargo Corrêa
Lula já foi condenado na Lava Jato. Em julho do ano passado, o juiz federal Sérgio Moro impôs nove anos e seis meses de prisão ao petista por corrupção e lavagem de dinheiro no caso tríplex.
A sentença será analisada pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, a Corte de apelação da Lava Jato, no dia 24 de janeiro. Lula ainda é réu em mais duas ações penais perante o juiz Moro, uma relativa a supostas propinas da Odebrecht e outra ligada ao sítio de Atibaia (SP).
O filme conta a história de Lula, desde a infância dramática no sertão de Pernambuco, aborda sua chegada a São Paulo no pau de arara, as dificuldades que enfrentou ao lado da família, o trabalho na indústria metalúrgica, as históricas campanhas grevistas dos anos 1970 que marcaram o ABC paulista e a ascensão ao topo do sindicato que o consagrou e impulsionou sua trajetória política.
Lula, o filho do Brasil é uma biografia baseada no livro homônimo da jornalista Denise Paraná.
“A história é uma superação das perdas”, disse, na época das gravações, o cineasta Fábio Barreto. “Meu trabalho é o de humanizar o mito vivo que é o Lula, só não vamos entrar na fase política.”
A defesa de Lula informou que não vai comentar.