Levantamento indica 3,5 mil pontos com água parada
A Prefeitura de Marília finalizou mais uma edição do LIRAa (Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes Aegypti) na semana passada. Foram identificados 3.559 recipientes com água acumulada em 2.555 imóveis vistoriados, distribuídos por 157 quadras em todas as regiões da cidade.
Outros 8.976 materiais, construções e plantas, por exemplo, com potencial para armazenar água parada foram catalogados pelos quintais dos imóveis, além de 11 pontos com confirmação de larvas do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Os dados estão disponíveis no sistema de informação da Sucen.
O Aedes coloca seus ovos na água parada onde as larvas se desenvolvem e os número do levantamento servem de alerta para a população, já que especialistas apontam para o risco de surto dessas doenças entre o fim deste ano e o começo de 2018.
O período de chuvas nem começou para valer e já são milhares de potenciais criadouros para o Aedes espalhados pela cidade. É impossível para o Poder Público dar conta do problema sozinho e os cidadãos precisam fazer sua parte.
Em 27 imóveis foram identificados mais de 30 pontos passíveis de acumular água. Em sete desses locais haviam mais de 50 objetos e em cinco pontos foram mais de 100 ocorrências.
Nos locais com vários itens passíveis de água parada chamam a atenção o volume de latas, frascos e plástico – material de descarte muitas vezes jogados pelos quintais.
Nos casos de latas, frascos e plástico foram 2.116 mil itens encontrados em 150 pontos vistoriados e mais 399 desses objetos com água. Sobre as garrafas retornáveis, foram 982 em 37 locais – e 221 com água.
Em 36 pontos onde foram encontrados 113 pneus, em alguns locais com dezenas de itens concentrados. Outros 84 pneus com água também foram catalogados.
Bastante recorrente também são os casos de vasos de plantas, que foram identificados em 98 imóveis vistoriados e somaram 511 objetos – assim como outros 97 com água.
É importante apontar que algumas supostas inconsistências podem ser percebidas no levantamento.
Observa-se que não foi identificada nenhuma laje com capacidade para armazenar água parada, nenhum depósito ou material para construção, nada de caixa d’água ligada à rede – algo improvável em um universo de mais de 2 mil imóveis verificados.
Índices
Apesar da quantidade de pontos com água acumulada e outros tantos com potencial de criadouro, o LIRAa demonstrou índices Breteau e Predial, que indicam a presença de larvas do Aedes, em situação considerada como “satisfatória”. A classificação, no entanto, não deve amenizar a preocupação com o tema.
Dos 11 imóveis onde larvas foram achadas, cinco estão na Zona Norte de Marília, três na zona Sul e os demais distribuídos entre Centro, Leste e Oeste.
Ambos os índices apresentaram 0,5% de ocorrência. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) até 1% a situação é tida como satisfatória. De 1% até 3,9% o caso é de alerta. E acima de 4% há risco de surto.
O índice Breteau tem sido utilizado na avaliação da densidade larvária do Aedes aegypti e sua mensuração é feita em uma amostra probabilística dos imóveis existentes na área urbana dos municípios infestados. Já o índice Predial pode-se levantar o percentual de edifícios positivos para a presença de larvas do Aedes.