CBF projeta obter receita recorde de R$ 1 bilhão
Embalada pelos bons resultados da seleção brasileira, comandada por Tite, a CBF deve terminar 2017 com uma receita recorde e que pode bater, pela primeira vez na história, a marca de R$ 1 bilhão. As estimativas são da cúpula da entidade que, segundo o Estado apurou, está projetando um resultado “inédito”.
Parte do sucesso estaria ligado aos contratos publicitários e de televisão, com empresas nacionais e estrangeiras de olho em uma eventual conquista da Copa do Mundo de 2018. Segundo dirigentes da entidade, há “fila” entre os patrocinadores.
Em abril, a CBF anunciou uma receita também recorde para 2016, com um total de R$ 647 milhões. Se confirmada a projeção de quase R$ 1 bilhão, ela seria o dobro do que a entidade arrecadou em 2015. Naquele momento, com a prisão de José Maria Marin e ainda a ressaca da acachapante derrota por 7 a 1 para a Alemanha na Copa do Mundo de 2014, a pressão dos patrocinadores era uma realidade.
Mas apesar do resultado positivo de 2016, os números mostraram uma queda nos lucros da CBF, que passaram de R$ 72 milhões para R$ 44 milhões no ano passado.
Os números da CBF contrastam com a realidade do clubes brasileiros. Doze dos 20 clubes da primeira divisão nacional somam dívidas de mais de R$ 300 milhões, segundo dados do consultor Amir Somoggi.
Nesta quinta-feira, a CBF se reunirá com a Fifa para discutir de que forma pode ter acesso a um fundo de US$ 100 milhões (aproximadamente R$ 314 milhões), prometido pela entidade ainda na Copa do Mundo de 2014 como parte do legado do evento.
Com o indiciamento do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, nos Estados Unidos, a entidade máxima do futebol optou por suspender qualquer tipo de transferência. A CBF, agora, quer mostrar à Fifa que está adotando um plano de compliance e levou até Zurique uma equipe especializada no controle e fiscalização.
Advogados da Fifa, porém, já indicaram que seria “perigoso” dentro do processo judicial nos Estados Unidos, ser identificada como autora de transferências milionárias para uma entidade controlada por um dos cartolas indiciados no escândalo de corrupção envolvendo membros da entidade máxima do futebol.