Presos se rebelam e incendeiam prisão em Bauru
Entraram em rebelião na manhã desta terça-feira (24) os presos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP-3) de Bauru (100 quilômetros de Marília). A unidade está localizada no quilômetro 349 da rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294).
O presídio tem capacidade para 1124 presos, mas está superlotado com 1427. A revolta dos detentos do regime semiaberto se espalhou pelos três pavilhões. Muitos presos aproveitaram a confusão para escapar.
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou por volta das 16h desta terça que já foram recapturados 90 presos dos 152 evadidos.
Na fuga, os presos roubaram carros de moradores da vizinhança do presídio, causando pânico. Houve tiros e perseguição com a ajuda de um helicóptero da PM.
A agitação no presídio teria começado antes das 8h e foram ouvidos gritos de: “opressão, opressão”.
De acordo com a SAP, o motim teria começado depois que um agente viu um preso usando um telefone celular e tentou apreender o aparelho. Os outros presos da ala se revoltaram.
O GIR (Grupo de Intervenções Rápidas) da SAP entrou no presídio e controlou a situação já no final da manhã. Homens do Corpo de Bombeiros apagaram as chamas ateadas em colchões, pneus e telhado do local.
Empresas que funcionam nas proximidades estão fechadas e ainda é grande o volume de viaturas e movimentação policial na área.
Em Bauru, segundo dados da SAP, também existem o CPP-2 e o CPP-1, ambas unidades no quilômetro 350 da mesma rodovia. Respectivamente as capacidades são de 1706 e 1710 presos, mas abrigam 2520 e 2517 internos.
Na cidade também funciona um CDP (Centro de Detenção Provisória), com capacidade para 884, mas atualmente com 1.189 internos.
Não existem informações sobre rebeliões nas outras unidades de Bauru e também na região (incluindo Marília).
Por conta do clima de medo instaurado na cidade, comerciantes e bancos da região central de Bauru fecharam as portas, escolas pediram para os pais buscarem seus filhos e dezenas de boatos falsos são espalhados pelas redes sociais (nenhum foi confirmado).
No setor público, União, Estado e Município adotaram providências de cautela e algumas unidades e serviços também fecharam.