Servidores em greve fecham portões da garagem municipal
Uma parte dos servidores públicos municipais de Marília mudou a postura nesta segunda-feira (15). Por volta das seis e meia da manhã, grevistas e representantes do sindicato foram para a garagem da Prefeitura, localizada na Avenida República, zona norte da cidade e fecharam os portões do local com cadeados e correntes.
Ao chegarem para trabalhar, os demais servidores foram impedidos de entrar. Os servidores só permitiram a entrada das viaturas de resgate do Corpo de Bombeiros para abastecer, já que a bomba de combustível fica no local.
“É preciso respeito com aqueles que escolheram trabalhar e não aderir a essa paralisação. Os servidores foram impedidos, houve empurrões, agressões e bate boca. Lamentável tudo isso, porque prejudica, inclusive, a saída de caminhões da coleta de lixo, garis, ônibus do transporte escolar e o abastecimento do Corpo de Bombeiros que acontece na garagem municipal”, relatou o secretário de Serviços Urbanos, Avelino Modelli, que alegou ser agredido por um dos manifestantes. De acordo com o secretário ele foi empurrado e derrubado ao chão.
A Polícia Militar foi acionada e acompanhou a manifestação grevista. O movimento completou nesta segunda-feira 33 dias.
Os servidores não aceitam a proposta de aumento aprovada pela Câmara de 4,5%. Eles pedem a reposição da inflação de 8,42%. As quatro tentativas de negociação com a prefeitura e sindicato terminaram sem acordo.
LIMINAR
A Justiça de Marília, através do Juiz Walmir Idalêncio dos Santos Cruz, concedeu durante a tarde, liminar determinando que o Sindimmar (Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Públicos do Município de Marília) pare de impedir ou constranger os funcionários que não aderiram à greve.
O Juiz é considerado nos bastidores o ‘carrasco’ dos servidores, já que decide sempre em favor da Prefeitura. Na liminar, o magistrado esclarece que o descumprimento da medida, fixa multa de 5 mil reais para cada ato considerado abusivo do sindicato.
“Com efeito, o movimento grevista está praticando abusos no exercício do direito de greve, haja vista as condutas no sentido de fechar portões de repartições públicas com correntes e cadeados no intento de impedir os servidores que queiram trabalhar e de exercer suas atividades”, completa o Juiz.
A reportagem do Marília Notícia tentou entrar em contato com Mauro Cirino, presidente do sindicato, mas não obteve sucesso. Nas redes sociais, os servidores negam tumulto e afirmam que o movimento foi pacífico.
“Temos que tentar convencer os outros trabalhadores a aderir à greve. Muitos não entraram ainda porque são extremamente oprimidos por chefes comissionados e por isso ficam com medo de retaliações”, disse um servidor que prefere não se identificar.
O prefeito Vinicius Camarinha (PSB) também foi muito criticado. Material de campanha de 2012 em que Vinicius promete valorização dos servidores circula pelas redes sociais, como mais uma ‘mentira’ da administração municipal.