PF devolve documentos e materiais apreendidos na Famema

Polícia Federal no Hospital das Clínicas (Foto: Gabriel Tedde/Arquivo)
Documentos, materiais e mídias apreendidos durante a Operação Esculápio no Complexo Famema e na Famar (Fundação de Apoio à Faculdade de Medicina de Marília) foram devolvidos pela Polícia Federal (PF) na manhã da última quinta-feira (20).
Um furgão da instituição estacionou no pátio da PF, Zona Sul de Marília, e carregou o material que havia sido recolhido 42 dias antes, portanto em 8 de julho, levando-o de volta à origem.
Segundo a assessoria de comunicação da Famema, “a devolução precoce dos documentos somente vem reforçar a legalidade de todos os atos praticados dentro da instituição”, acusada pelo Ministério Público Federal (MPF) de irregularidades e outros ilícitos. “A Famema informa que até o momento inexiste qualquer indiciamento ou processo contra a instituição ou os seus diretores e funcionários, e refuta qualquer alegação de irregularidade no Complexo” – diz nota da assessoria. Também foi lembrado que “a única ação civil proposta (contra a instituição, neste sentido) já foi integralmente indeferida”.
A mesma nota ainda garante que a Famema e as duas fundações responsáveis por ela – primeiro a Fumes e, atualmente, a Famar –, que, juntas, compõem o Complexo, “estão com todas as suas contas aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE)”. Por fim, ressalta que a direção do Complexo “aguarda o desfecho final” da intitulada Operação Esculápio para manifestar-se publicamente. E que até lá, qualquer conclusão antecipada “é precipitada e pode caracterizar linchamento midiático de uma instituição responsável pelo atendimento público de saúde de quase dois milhões de habitantes, em 62 municípios, incluindo Marília”.

Veículo da Famema na Polícia Federal de Marília: documentos foram devlvidos
MPF chegou a pedir o extinção da Famar
A devolução do que a PF apreendeu no Complexo Famema há 42 dias vem de encontro à decisão do Juiz Federal José Renato Rodrigues, no último dia 3. Ele negou as liminares pretendidas pelo Procurador da República Jefferson Dias, do MPF de Marília, para suspender as atividades e extinguir a Famar, fundação que mantém diversas unidades de saúde pública na cidade, como o Hospital das Clínicas (HC), o Materno-Infantil e o Hemocentro.
Representantes da direção do Complexo afirmaram, na ocasião, que se o Procurador fosse atendido, os cadastros de funcionamento dessas unidades de saúde, em nome da Famar, simplesmente “fechariam as portas” – e, de portas fechadas, elas teriam de demitir 2,3 mil trabalhadores.
Dias também solicitou que a Justiça Federal suspendesse o repasse de recursos da União e do Estado à instituição, o que também foi indeferido. O Procurador, entretanto, anunciou que recorreria da decisão.
Por Hailton Medeiros