Museu de Paleontologia de Marília completa 19 anos de atividades
O Museu de Paleontologia de Marília completa 19 anos de atividades neste sábado (25). São quase duas décadas promovendo turismo, cultura e o conhecimento para o público sobre o mundo fascinante dos dinossauros e de outros seres pré-históricos que aqui viveram há cerca de 70 milhões de anos.
O local foi inaugurado em novembro de 2004 pela Prefeitura Municipal de Marília, como resultado do acervo de fósseis proveniente dos trabalhos de escavações e pesquisas do paleontólogo mariliense William Nava. Ele iniciou o seu trabalho em 1993 com a coleta de fósseis pela zona rural da cidade, tornando-se, ao longo dos anos, um dos principais centros de pesquisa e estudo de fósseis de todo o Estado de São Paulo e do País.
“Nosso Museu de Paleontologia é reconhecido em todo o Brasil e até mesmo no exterior, devido à exposição de fósseis, especialmente de dinossauros, que acabam chamando mais a atenção do público em geral”, disse Nava, coordenador do Museu e curador do acervo de fósseis.
O público tem a oportunidade de tocar em fósseis verdadeiros de dinossauro, fotografar, e conhecer os relatos interessantes das descobertas: como aconteceram, e por quê na região ocorrem tantos achados, além de ver outros tipos de fósseis, como os primitivos crocodilos Mariliasuchus e Adamantinasuchus, ovos fossilizados de crocodilos, fósseis de animais invertebrados, bem como paleoartes retratando cenários hipotéticos de como era a região há milhões de anos.
O Museu tem importantes parcerias técnico-científicas com instituições e museus pelo Brasil, como a UnB (Universidade de Brasília), UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Museu Nacional da UFRJ e com o MACN (Museo Argentino de Ciencias Naturales, de Buenos Aires, Argentina) e Natural History Museum, de Los Angeles (EUA), envolvendo análises e estudos de fósseis.
O espaço foi reinaugurado em outubro de 2022, após passar por uma remodelação e modernização. Segundo informou o secretário municipal do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Nelson Mora, a Prefeitura Municipal de Marília, juntamente com o Conselho Municipal de Turismo (Comtur), aplicou a verba a que Marília tem direito por ser classificada como MIT (Município de Interesse Turístico) no museu, o que possibilitou a aquisição de duas réplicas em tamanho real, sendo uma do titanossauro, com cerca de 12 metros de comprimento, na parte externa do Museu, e uma do abelissauro, com 4 metros, instalada internamente, além de equipamentos tecnológicos, como um totem onde estão inseridas informações sobre a ciência paleontológica e os animais que aqui habitaram, óculos 3D de realidade virtual e QR Code, que fazem o público interagir com o universo dos dinossauros.
MOTIVOS PARA COMEMORAR
Segundo o secretário da Cultura, André Gomes, o Museu de Paleontologia é um grande orgulho para nossa cidade. “Nestes 19 anos do nosso Museu de Paleontologia, somamos muitos motivos para comemorar. Uma referência em todo País, hoje está repaginado, com melhorias recebidas para otimizar a experiência dos visitantes. Parabéns ao coordenador do Museu, William Nava, e vida longa ao Museu!”, disse.
Neste ano, já visitaram o Museu de Paleontologia de Marília 16 mil pessoas, vindas de várias partes do Brasil e também do exterior, além de escolas do município e da região. Em setembro, recebeu a visita de pesquisadores da Argentina e EUA, parceiros do paleontólogo William Nava desde 2017. Em abril deste ano, Nava completou 30 anos de escavações e da descoberta do primeiro fóssil em Marília.
O prefeito Daniel Alonso ponderou sobre a importância das pesquisas de Nava, um apaixonado por paleontologia, que através de suas descobertas contribui para o desenvolvimento da ciência e a divulgação de Marília para o mundo.
HOMENAGENS
Há poucos dias, alguns fósseis muito pequenos e frágeis, achados na região de Marília no início dos anos 2000 tiveram seus estudos finalizados. Tratam-se de fósseis de pequenos anuros (sapos) descobertos em rochas próximas ao vale do Rio do Peixe e cedidos para estudos ao Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP).
Os fósseis foram batizados como Mariliabatrachus navai, em homenagem a Marília e ao paleontólogo Nava, autor dos achados que compreendem cerca de 10 espécimes entre crânios e elementos esqueletais preservados em rochas de arenito.
“É uma satisfação muito grande poder compartilhar com o público, através do Museu e das publicações científicas, todo conhecimento científico sobre os dinossauros e outros organismos que aqui viveram há milhões de anos. Hoje não tem quem não conheça ou não tenha ouvido falar em dinossauros. O fato de haver em nosso subsolo evidências da passagem desses fantásticos animais em um tempo muito distante e remoto faz de Marília e o oeste paulista uma janela para o passado”, finalizou Nava.