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9, abr / 2025, 12:24h Boa tarde
Marília não é apenas um destino: para muitos, é um recomeço. Todos os anos, novos moradores desembarcam na cidade, carregando sonhos, expectativas e um olhar curioso sobre o que os espera. Seja pela universidade, por uma oportunidade de trabalho ou pelo simples acaso da vida, eles chegam sem saber exatamente o que encontrarão. E, pouco a pouco, descobrem que Marília tem um jeito próprio de recebê-los.
Quem vem de fora costuma falar da tranquilidade que encontra aqui. Das ruas que parecem desacelerar o tempo, do jeito acolhedor das pessoas, da facilidade com que a rotina se encaixa. Há quem venha de cidades menores e enxergue em Marília um mundo de possibilidades. Há quem venha de grandes centros e se surpreenda com a qualidade de vida e o equilíbrio entre o urbano e o aconchegante.
As conversas com esses “forasteiros” revelam um sentimento comum: Marília os ensina a valorizar o simples, a construir raízes onde antes havia apenas planos, a perceber que lar não é apenas no lugar em que nascemos, mas também onde nos sentimos parte.
É claro que há desafios. A segurança ainda preocupa, e sempre há algo a melhorar. Mas, no fim das contas, o que fica é a sensação de que, de alguma forma, Marília transforma. E, para muitos, esse encontro inesperado entre cidade e morador acaba se tornando definitivo.
Estudante de filosofia na Unesp e natural de Bauru, Samuel Oliveira reside em Marília há três anos. Ele afirma que a cidade é muito parecida com Bauru, descrevendo ambas como típicas cidades do interior. No entanto, Samuel aprecia a tranquilidade de Marília, um aspecto que o agrada por gostar de lugares mais reservados.
“Vim para Marília por causa dos estudos e não tive dificuldades para me instalar. A população é muito receptiva e a cidade é realmente muito agradável. Vejo um potencial muito grande de crescimento do município, mas pretendo retornar para Bauru após a conclusão do meu curso”, revela o estudante.
Para Júlia Gomes, estudante de fonoaudiologia, Marília tem aspectos semelhantes com Valinhos, sua cidade natal. Isso fez com que sua adaptação fosse rápida. Ela só estranhou que a rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294) corte a cidade ao meio.
“Marília é uma cidade completa, com opções de lazer para diversas idades. Gostei muito daqui e a cidade me lembra muito Valinhos, a diferença é a rodovia que passa no meio da cidade. Ainda vou ficar alguns anos em Marília até me formar, mas posso dizer que estou gostando bastante”, conta.
Também cursando fonoaudiologia em Marília, a estudante Letícia Stella sentiu mais diferença por ser de São Paulo, mas afirmou considerar Marília uma cidade bem desenvolvida, com lazer, cultura e boa infraestrutura em saúde e educação.
“Eu sinto falta de São Paulo, mas me adaptei bem à rotina de Marília. Estou cursando o primeiro ano de fonoaudiologia e gostando de morar em Marília”, afirma Letícia.
O aposentado Silvio Favareli se mudou para Marília há 22 anos, vindo de São Paulo, em busca de melhor qualidade de vida. Ele relata que a violência em sua antiga moradia foi um fator determinante para a mudança.
“Marília é uma cidade boa, com vida própria e recursos. É uma cidade de porte médio adequado e suficiente, oferecendo opções de lazer e boa alimentação. Só acho que aqui faz muito calor, mas na verdade, em todo lugar está assim”, diz Favareli.
Morando em Marília há seis anos, Thaís Castro atualmente trabalhado com educação, como estagiária de pedagogia. Sua vinda para a cidade foi inesperada, pois pretendia apenas passar férias. Thaís considera Marília uma cidade boa e tranquila, apesar de notar pouco entretenimento e opções de lazer.
“Marília precisa de um pouco mais de segurança e também opções de lazer. Apesar disso, gosto da cidade e me senti bem acolhida aqui em Marília”, revela.
Antônio Marcos é de Barra Bonita e está em Marília há quase quatro anos, cursando pedagogia. Ele considera Marília uma cidade gostosa, apesar de notar que o Campus Universitário está um pouco abandonado. Ele reconhece que a cidade tem opções e é diversificada.
“Aqui em Marília tem bastante lazer e muitas opções de supermercados. É uma cidade que eu considero tranquila. Em comparação com Barra Bonita, é uma cidade bem maior e mais gostosa. Eu gosto muito da minha cidade, por estar perto da família. Quando me formar, pretendo prestar concurso em ambas as cidades. Vou ficar onde for aprovado”, explica o estudante.
Apesar de não morar em Marília, a estudante de terapia ocupacional Sofia Codogno viaja todo dia de Vera Cruz para estudar na cidade. Ela diz que oferece muita opção para as pessoas de toda a região.
“É um meio termo entre uma cidade grande e pequena. Marília oferece o que as pessoas da região precisam, sem o desconforto de uma metrópole. Acredito que seja um ótimo lugar para se morar e que será mais fácil encontrar trabalho aqui, quando eu me formar, do que em Vera Cruz”, disse Sofia.
Seja por alguns anos ou para a vida toda, Marília deixa sua marca em quem chega. Para uns, é um ponto de passagem, um lugar de estudos, de experiências e descobertas antes do retorno para casa. Para outros, torna-se um lar definitivo, um refúgio acolhedor onde a rotina encontra equilíbrio entre oportunidades e qualidade de vida.
Cada olhar de quem vem de fora constrói um novo pedaço da cidade, revelando suas qualidades, desafios e, acima de tudo, seu potencial. Com suas ruas tranquilas, seus espaços de convivência e seu ritmo próprio, Marília ensina que pertencimento não depende apenas do endereço, mas das histórias que se cruzam e se transformam dentro dela.