Inverno quente e seco piora qualidade do ar em Marília
A combinação de tempo seco com queimadas e poluição piorou a qualidade do ar em Marília. Os dados foram coletados por equipamentos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
Os aparelhos indicam que em sete dias do mês de junho foram identificados horários com qualidade do ar considerada “moderada”, circunstância em que “pessoas com doenças respiratórias podem apresentar sintomas como tosse seca e cansaço”.
A informação sobre saúde é da própria Cetesb, que alerta aos indivíduos com complicações cardíacas ou pulmonares para que “procurem reduzir esforço pesado ao ar livre”.
A cidade registrou no último domingo (29) qualidade do ar fora da classificação considerada adequada pela Organização Mundial da Saúde durante toda a madrugada, seguindo pela manhã, tarde e noite.
Na terça-feira (24) da semana passada a qualidade foi “moderada” desde o meio dia até às 3h do dia seguinte. A situação foi a mesma entre 7h do dia 21 de junho até às 6h do dia 22. Foram os piores registros de junho.
O nível de micropartículas inaláveis tem sido responsável pela queda da qualidade do ar. As micropartículas são materiais sólidos ou líquidos suspensos no ar, na forma de poeira, neblina, aerossol, fumaça, fuligem, que podem permanecer no ar e percorrer longas distâncias.
A situação é preocupante, pois a qualidade do ar em Marília costuma ser boa, apesar de considerável queda nos últimos anos.
O Marília Notícia divulgou em maio resultado do ranking sobre o tema produzido pela Cetesb com base em 2017. O município teve qualidade do ar considerada boa em 94,8% dos dias do ano passado.
Ou seja, os níveis registrados em quase um terço deste mês, de classificação em qualidade do ar moderada, só apareceram em 5,2% dos dias no ano passado. Em 2017 foram verificados os piores resultados desde 2013.
Tempo seco e temperaturas altas
O período mais crítico para a qualidade do ar é tradicionalmente o inverno, quando o tempo fica mais seco. No entanto, desta vez a situação é atípica, houve ainda menos chuva do que o esperado e calor acima do normal.
Informações da Somar Meteorologia, que presta serviços à Defesa Civil do Estado de São Paulo, mostram que junho não registrou chuvas consideráveis em nenhum dia em Marília.
Os chuviscos dos últimos dias sequer foram sentidos pelos equipamentos. Mesmo sendo um dos meses mais secos em todos os anos, a média histórica de precipitações para o período é de 21 milímetros.
As temperaturas também divergem da média histórica. No caso, para cima. As máximas ficam tradicionalmente em 27,1°C em junho, mas desta vez a média foi 0,9°C acima do comum e ficou em 28°C. No dia mais quente do mês, 29 de junho, os termômetros bateram 30,9°C.
As temperaturas mínimas ficaram ainda mais acima, com média de 18° centígrados, quando a histórica é de 13,2°C.