Pé de Veludo, Menino da Tábua e Mara Lúcia: histórias e crenças movimentam cemitérios
O Cemitério da Saudade deve receber milhares de pessoas nesta quinta-feira (2), Dia dos Finados, para visitar os túmulos de familiares e amigos em Marília. Entre as cerca de 100 mil sepulturas, a mais visitada todos os anos é a de Guaraci Marques Pinto, o conhecido ‘Pé de Veludo’, morto aos 21 anos.
O Marília Notícia visitou o Cemitério da Saudade durante a semana e uma vela estava acesa em frente ao túmulo do ‘Pé de Veludo’. Um copo com água e algumas flores também foram deixados ao criminoso mais famoso da história de Marília.
Centenas de marilienses anualmente costumam prestar tributo para Guaraci Marques Pinto no feriado de Finados. A capela feita em sua homenagem carrega algumas placas em agradecimento por graças alcançadas.
Lembrado como o herói mítico, no estilo Robin Hood, que roubava dos ricos para doar aos pobres, ‘Pé de Veludo’, é uma figura polêmica, que já virou filme, livro e até tema para trabalho universitário.
Sua fama surgiu entre os anos de 1958 e 1964. Ele conseguia furtar as casas, mesmo com os moradores presentes. ’Pé de Veludo’ costumava comer e até usar o banheiro dos imóveis. Ele ainda deixava bilhetes para as vítimas, segundo o conto popular.
A lenda mariliense narra que o criminoso fazia compras para famílias carentes, pagava balas e refrigerantes para as crianças.
Ele foi morto em 1964, depois que o delegado Ewerton Fleury Curado, que nomeia o prédio da Delegacia Seccional da Polícia Civil de Marília, teria sido executado com dois disparos pelo irmão de ‘Pé de Veludo’.
O delegado havia descoberto um arsenal de armas em um cômodo da casa dos irmãos, sendo surpreendido e assassinado. A polícia conseguiu localizar ‘Pé de Veludo’ na residência e um tiroteio teve início. Após várias horas com trocas de tiro e a casa cercada, uma bomba de gás foi arremessada na residência e matou Guaraci.
REGIÃO
A região de Marília conta com outros túmulos muito visitados durante o feriado de Finados. Em Maracaí, Antônio Marcelino, mais conhecido como ‘Menino da Tábua’, recebe muitos visitantes. Ele nasceu e viveu durante quase 20 anos em cima de uma tábua. Durante toda a sua curta vida, só bebia leite e água, morrendo em agosto de 1945. Depois de sua morte, uma capela foi construída no cemitério de Maracaí.
Milhares de romeiros visitam a cidade todos os anos para agradecer graças alcançadas. A história dele até virou música da dupla Pardinho e Pardal.
Em Bauru, muitos costumam visitar os túmulos da benzedeira Mãe Preta e da parteira Maria Nunes. A cidade também conta com o túmulo de Mara Lúcia, menina estuprada e morta na década de 1970, com apenas nove anos de idade, em crime que nunca foi solucionado.
Em Botucatu, o túmulo mais conhecido e visitado é o de Anna Rosa. A jovem de apenas 20 anos foi morta pelo marido, quando quis terminar o casamento, em 1885. Ela teria sido esquartejada. O túmulo tem mais de 200 placas por supostas graças alcançadas. A história de Anna Rosa se tornou um clássico da música sertaneja, com Tião Carreiro e Pardinho.