Ministro que salvou Camarinha é citado em delação de Cabral
O ministro Napoleão Nunes Maia Filho, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi citado na delação premiada do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, nos episódios que vêm sendo chamados de Lava Toga.
A informação é da revista Cruzoé desta semana, em reportagem que coloca em evidência o ministro que acolheu recurso e absolveu da cassação de mandato o ex-deputado Abelardo Camarinha (Podemos) em 2017.
Conforme o Marília Notícia mostrou na época, o então deputado estadual respondeu por abuso de poder econômico e de meios de comunicação, após a campanha eleitoral de 2014.
São, inclusive, os mesmos crimes eleitorais que Abelardo agora responde em outro processo, cometidos em suposto benefício do filho – Vinícius Camarinha (PSB) – nas eleições de 2016.
Vitória com Napoleão
No julgamento do recurso , o ministro Napoleão Filho atestou que “os elementos trazidos aos autos não endossam um juízo de existência de financiamento do jornal pelo recorrido [Abelardo Camarinha] de forma a dar força desproporcional à candidatura e comprometer a igualdade da disputa e a legitimidade do pleito”.
Para o membro do TSE, “à míngua da base empírica concreta, não merece prosperar a irresignação”, ou seja, não há provas suficientes contra o então deputado.
A denúncia foi apresentada pelo ex-presidente da Câmara de Marília e adversário direto de Camarinha na eleição de 2014 à Assembleia, Eduardo Nascimento.
Lava Toga
As delações do ex-governador Sérgio Cabral provocaram baixas na Assembleia Legislativa do Rio e, principalmente, no TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado). Agora, conforme revelações da revista, atingem o alto escalão do judiciário em Brasília.
Ainda conforme a reportagem de capa da Crusoé , que afirma ter obtido acesso exclusivo ao texto da delação, o ex-governador cita relação de favorecimento de Napoleão Filho, a partir da contratação do filho de outro ministro, em um escritório de advocacia.