Coaching ou Psicoterapia? Quem disse que uma exclui a outra?
E quem disse que uma atividade exclui a outra? Coaching e Psicoterapia são recursos altamente recomendados para quem busca qualidade de vida. No entanto, o primeiro passo entender o que cada profissional faz e qual deles é o mais indicado para sua demanda.
De acordo com a psicóloga e coach, Rosana Ribeiro, muitas pessoas ainda confundem Coaching e Psicoterapia por serem processos que guardam algumas semelhanças, há quem pense que se trata da mesma experiência, no entanto não é bem assim.
“Tanto no processo de Coaching quanto no acompanhamento terapêutico, existe um profissional que conduz o paciente (ou cliente) por um caminho de reflexão em busca de soluções. No entanto, são duas formas de intervenção que se baseiam em técnicas e objetivos diferentes”, explica.
O Coaching não tem caráter terapêutico, não vai tratar conflitos internos, traumas, patologias ou algo do gênero, seu foco está sempre no futuro, visando atingir objetivos específicos definido com um plano de trabalho. O olhar é sobre a solução, e não na detecção de um problema.
“Não há diagnósticos e nem tratamento psicológico e sim um estímulo para o alcance do objetivo em questão, como concluir um projeto, alcançar uma meta. O processo conta com sessões em período pré-determinado com um plano de ação que tem data, hora e formas de execução”, conclui.
A contratação de Coach (pessoa que exerce o coaching) por profissionais que atuam, por exemplo, em cargos de liderança, esportistas, jovens escolhendo carreira ou pessoas que buscam desenvolvimento de habilidades é muito comum. “O desenvolvimento profissional é um dos campos que o coaching tem grande atuação”, explica.
Para ser um coach o profissional não precisa necessariamente ser psicólogo, pois há formações técnicas que fornecem a capacitação esperada, mas é importante que tenha bastante vivência e experiência no âmbito que atua. O que é diferente no caso da psicoterapia, onde apenas um profissional de psicologia, devidamente formado e registrado no Conselho da classe pode exercer a função.
E um psicólogo pode também ser coach, inclusive tendo recebido recente apoio do Conselho Federal de Psicologia que divulgou, uma nota orientativa favorável aos psicólogos e psicólogas que atuam como coaches que diz: o Coaching é “caracterizado por ser um processo breve que se propõe a auxiliar o indivíduo a alcançar objetivos previamente definidos a partir de metodologias que envolvam a conscientização de elementos da vida, da história, de interesses e potencialidades, e que transita em campos de atuação que permeiam o autoconhecimento e o desenvolvimento humano. Assim sendo, entende que o trabalho da(do) psicóloga(o) na utilização do Coaching é de extrema importância para a realização de um trabalho que vise à proteção e garantia do cuidado com a sociedade”.
Ao exercer o Coaching, os psicólogos e psicólogas estão sujeitos à totalidade do Código de Ética da Psicologia.
Num tratamento de psicoterapia, de acordo com Rosana Ribeiro, diferentemente do coaching, trabalha-se com questões emocionais, disfunções ou transtornos, dilemas pessoais, interpessoais e sociais, entre outras queixas.
“A terapia psicológica possui um caráter clínico, realizado por um profissional de Psicologia, que tem como propósito investigar e analisar os conteúdos fornecidos pelo paciente para solucionar o problema, com base em abordagens de cunho cientifico. Embora, a psicoterapia seja também eficaz para aqueles que apenas buscam maior autoconhecimento, esta é uma prática que ainda carrega resistência por parte de alguns que a consideram coisa para louco, no entanto é uma ferramenta importante, que vai muito além de tratar o desconforto emocional”, diz a psicóloga.
O propósito da psicoterapia é ajudar pessoas a superar ou, ao menos, gerenciar problemas de relacionamento, ansiedade, estresse, medo, depressão, controlar sintomas, entre tantos outros de ordem psíquica e emocional, com o objetivo de tornar a vida da pessoa a mais saudável possível.
Psicoterapia e o Coaching podem perfeitamente ser complementares, até por seus objetivos diferentes, mas nunca substitutos um do outro. As duas técnicas têm valor e eficácia, variando de acordo com as necessidades de cada pessoa.
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Suzana Julião – Jornalista, especialista em Comunicação Organizacional e estudante de Psicologia
@psicoreviver