Intervenção põe governo na mira de reclamações de usuários da RIC

A intervenção da Prefeitura de Marília na concessão dos serviços de água e esgoto de Marília entrou no segundo dia nesta quinta-feira (27), em meio a mais um reparo de rompimento de adutora na zona oeste da cidade.
Moradores dos bairros Acapulco, Califórnia, Firenze, entre outros daquela região, passaram por mais uma experiência de desabastecimento de água na concessão da RIC Ambiental, agora sob gestão da administração pública municipal.
Em nota, a concessionária informou que as equipes técnicas já haviam sido mobilizadas e enviadas para o local para a realização dos reparos necessários. “A previsão é que esteja resolvido até o final da tarde”, estimou a empresa.
Segundo decreto de intervenção, a “continuidade, regularidade e adequação dos serviços públicos concedidos” continuam sob responsabilidade diária do consórcio contratado, com seus funcionários e equipamentos.
Apenas o comando da concessão está desde a quarta-feira (26) sob direção do secretário de Administração, César Fiala, nomeado interventor pelo prefeito Vinicius Camarinha (PSDB). Ou seja, o serviço é terceirizado, mas a responsabilidade está municipal.
Este modelo “híbrido”, previsto por até 180 dias – ou enquanto durar a intervenção – põe o governo na mira das reclamações rotineiras dos usuários dos serviços de manutenção das redes de abastecimento e de esgoto.
Cabe ao interventor decidir, com a estrutura que a concessão lhe oferece, como atender a população em demandas cada vez mais rotineiras de falta d’água, aumento injustificado de contas, além dos demais constantes consertos e reparos em redes.
Caso as iniciativas de Fiala não tenham resultado aguardado pela população, a administração municipal será arrastada às críticas até então voltadas apenas à RIC Ambiental que, em parte, justificaram a própria intervenção.
A Prefeitura de Marília administrou o saneamento básico por autarquia entre 1966 e 2024, até que o Departamento de Água e Esgoto de Marília (Daem) fosse transformado na Agência Municipal de Água e Esgoto de Marília (Amae), pela lei que autorizou a concessão.