HC é condenado por morte de paciente que recebeu remédio errado
O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília (HC/Famema) e o Estado de São Paulo foram condenados ao pagamento de R$ 140 mil para a família de um paciente que morreu após receber uma injeção de fosfato de potássio no lugar de água destilada.
A sentença assinada pelo juiz da Vara da Fazenda de Marília, Walmir Idalêncio dos Santos Cruz, determina o pagamento de R$ 10 mil para a mulher e cada um dos 13 filhos de José Gama de Souza. Ainda cabe recurso no processo de danos morais.
O paciente morreu aos 72 anos, em março de 2011, dentro do HC e uma sindicância do próprio hospital apontou o erro. O hospital é referência regional para uma população de 62 municípios que supera um milhão de habitantes.
O motivo da internação de José foi um mal súbito, mas ele teria dado entrada com “estado geral bom”, segundo consta na ação.
“As medicações infundidas no paciente não foram aquelas prescritas pela equipe médica, havendo troca de medicações em que um diluente que foi trocado por fosfato de potássio”, consta na sentença.
O fosfato de potássio é utilizado para reposição dos íons em nutrição parenteral e como antiurolítico, segundo a perícia. O uso inadvertido, porém, pode causar uma série de alterações e levar o paciente a morte.
Segundo a sentença, ficou provado que José morreu por conta da troca de medicamento, o que foi apontado pela perícia e pela própria Comissão de Ética do hospital.
Como o erro não foi dos médicos, que prescreveram a medicação correta, eles foram excluídos do processo.