Obesidade: distúrbio metabólico, genético e comportamental
A falta de informações, muitas vezes, faz com que criemos preconceitos em relação a determinados temas. A obesidade é um deles.
Quantas vezes não associamos o excesso de peso corporal à falta de iniciativa ou preguiça. Porém, é preciso ter muito cuidado quando assumimos o discurso “quem quer emagrece”, pois a obesidade não está relacionada apenas a comportamentos, mas é uma doença, um distúrbio metabólico, genético, que pode ser influenciado por fatores comportamentais e ambientais.
Por isso, é muito injusto nos compararmos e criarmos expectativas em relação à saúde e aos corpos das outras pessoas. Isso porque o funcionamento dos nossos organismos está submetido a condições diferentes.
Com certeza você já ouviu falar naquela pessoa “magra de ruim”, ela come sem restrições e não engorda. Por outro lado, há pessoas que mesmo comendo pouco, não emagrecem e até mesmo ganham peso.
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A explicação disso é a influência genética. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a genética é responsável em 70% para o desenvolvimento da obesidade, somado a outros fatores ambientais e comportamentais.
No código genético humano, mais de 400 genes estão relacionados ao processo de alimentação e saciedade. Desde o metabolismo, apetite e distribuição corporal de gordura.
A partir disso, podemos pensar que a obesidade é uma doença multifatorial, primordialmente genética, mas que também está relacionada a comportamentos. Com o desenvolvimento tecnológico dos meios de transporte e de comunicação, nos tornamos mais sedentários.
Além disso, a correria do dia a dia dificulta a prática diária de exercícios físicos e de uma alimentação equilibrada. Como resultado, estamos consumindo mais alimentos industrializados e ultraprocessados (ricos em gorduras e açúcares), nos exercitando menos e ficando mais estressados.
A consequência a longo prazo é a maior incidência do sobrepeso e da obesidade. Segundo dados do Ministério da Saúde, 55,7% dos brasileiros estão com sobrepeso e 19,8% com obesidade. Mas o que fazer diante desse cenário?
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Ambos os quadros clínicos devem ser acompanhados por uma equipe multidisciplinar. O seu médico de referência vai traçar o melhor plano de cuidado junto com nutricionista, educador físico, fisioterapeuta e os demais profissionais necessários.
A partir do acompanhamento profissional, você poderá se dedicar a fazer mudanças no seu estilo de vida.
Quando o assunto é promoção de bem-estar, vale lembrar que pequenas alterações na rotina são capazes de resultados significativos. Você pode trocar o elevador pelas escadas do prédio, deixar o carro em casa para fazer compras a pé em seu bairro, priorizar a ida ao sacolão e encher a geladeira de frutas e legumes, deixar uma garrafa de água sempre próxima a você.
A mudança começa pequena para que nos acostumemos e, quando menos percebemos, cresce. Tenho a certeza de que nenhum maratonista começou correndo uma corrida de 40 quilômetros logo de primeira. Certamente houve um processo.
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Arian Lima é profissional de Educação Física e coach level 1 da CrossFit Marília