Taiwan usa ‘cerca eletrônica’ durante quarentena
Considerado exemplo global na forma como está sendo efetivo no combate ao coronavírus, o governo de Taiwan está lançando um novo método para ter certeza de que seus cidadãos estão respeitando a quarentena. Trata-se de uma “cerca eletrônica”: um sistema de monitoramento de localização, a partir dos celulares dos usuários, para ter certeza de que elas estão mesmo em suas casas.
Em todo o mundo, governos estão combinando tecnologia e esforços humanos para garantir que as quarentenas estão funcionando. O sistema de Taiwan, porém, é pioneiro ao usar monitoramento via celular para isso. “O objetivo é fazer com que as pessoas parem de se movimentar por aí e disseminem o coronavírus”, disse Jyan Hong-wei, chefe do departamento de ciberssegurança de Taiwan, que lidera esforços para trabalhar com operadoras de telecomunicações no combate ao vírus.
Os sistemas monitoram os sinais de telefone para alertar a polícia e autoridades locais se quem está em quarentena deixarem seu endereço ou desligarem os telefones. Segundo Jyan, as autoridades entrarão em contato ou visitarão quem disparar um alerta dentro de 15 minutos. As pessoas também vão receber chamadas duas vezes por dia, para garantirem que não evitem o rastreamento ao deixar seus telefones em casa.
Em países ocidentais, sistemas assim costumam gerar grandes protestos por sua supervigilância, mas isso não aconteceu até aqui em Taiwan, que só teve 196 casos do vírus. Ou quase. “É um pouco assustador o que o governo está fazendo”, disse uma atendente de voo em Taipé, que foi posta em quarentena de 14 dias após retornar da Europa em março. “Eu perdi uma chamada. Me disseram que a polícia viria até mim se eu perdesse outra. Estou sendo tratada como um prisioneiro.” Quem violar a quarentena poderá ser multado em cerca de US$ 32 mil.
Muitos países asiáticos estão se prevenindo como podem para evitar uma alta no número de casos da covid-19, especialmente depois do que aconteceu na Europa. Em Hong Kong, quem está em quarentena tem de usar uma pulseira inteligente com rastreamento de localização.
Em Singapura, o governo está usando mensagens de texto para falar com as pessoas – cada mensagem tem um link, no qual é preciso clicar para se provar que está em casa. Enquanto isso, a Coreia do Sul e Israel estão usando tecnologia de satélite para investigar a trajetória das pessoas e descobrir onde e como elas foram infectadas.