Massachusetts desenvolve tecnologia de hologramas 3D em tempo real
Pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) anunciaram, na quarta-feira (10), que desenvolveram uma tecnologia capaz de produzir hologramas 3D em tempo real. O método é baseado em inteligência artificial e pode ser executado até em notebooks.
A abordagem se chama “tensor holography”, algo como “holografia tensorial”, em português. Segundo os cientistas, a novidade pode impulsionar campos como a realidade virtual e impressão 3D.
O autor principal do estudo foi Liang Shi, aluno de doutorado do Departamento de Engenharia Elétrica e Ciência da Computação do MIT. Ele disse que, ao contrário do que as pessoas dizem, a tecnologia que o mundo tem acesso atualmente pode realizar cálculos de holografia 3D em tempo real.
“Costuma-se dizer que as telas holográficas só estarão disponíveis comercialmente em 10 anos. O problema é que essa afirmação já tem décadas”, argumentou. A pesquisa foi publicada ainda ontem na Nature, uma das revistas científicas mais importantes do mundo.
Inovação
Enquanto uma fotografia codifica o brilho de cada onda de luz, um holograma consegue codificar o brilho de cada fase de cada onda de luz. Com isso, a tecnologia consegue representar uma figura com profundidade e não de maneira somente plana como a foto.
A inovação desenvolvida no MIT utiliza a aprendizagem profunda, que é um ramo do aprendizado de máquina, para acelerar a produção de um holograma pelo computador. Para apoiar a técnica foi construído um banco de dados personalizado de 4 mil pares de imagens.
Para criar os hologramas, os cientistas juntaram todas as informações de cor e profundidade dos pares de imagens que são processados a partir de cálculos de física. O processo de aprendizagem dos computadores e a velocidade de realização dos cálculos para criar as figuras surpreenderam os especialistas.
Além da possibilidade de utilizar a tecnologia em mecanismos mais populares como realidade virtual, a solução oferece benefícios como mais “realismo e conforto para o observador”, ressalta o trabalho. A pesquisa contou com o apoio de empresas como a Sony.