O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), em decisão da 3ª Vara Criminal de Marília, determinou que o rapaz de 26 anos, acusado de tentar matar o tio, seja submetido a júri popular. Ele esfaqueou o homem pelas costas no réveillon deste ano.
A tentativa de homicídio aconteceu na Vila Real e chamou a atenção pela violência e o contexto familiar dramático. O jovem alegou que estava sendo forçado à venda do imóvel onde vivia, devido à disputa por herança.
De acordo com a sentença de pronúncia, pulicada nesta terça-feira (2), foram seis facadas desferidas pelo réu contra o tio – cinco nas costas e uma no tórax. A vítima foi surpreendida enquanto estava sentada, de costas para a rua, cochilando em frente a um bar.
A investida foi tão brutal que o homem sofreu ferimentos graves, com risco de morte, perfuração de pulmão e necessidade de dreno torácico. Ele sobreviveu, na visão da Justiça, “por circunstâncias alheias à vontade do agressor.”
DRAMA FAMILIAR
O caso vai além da violência física. A sentença revela um histórico de tensão familiar relacionado a uma casa herdada pelos dois – tanto a mãe do acusado (já falecida) quanto o tio eram herdeiros do imóvel.
O homem que, em certos períodos viveu em situação de rua, pressionava para que a casa fosse vendida para que ele pudesse receber sua parte.
O sobrinho, por sua vez, havia perdido a avó e a mãe em um curto espaço de tempo. Sua mãe faleceu em outubro de 2024, apenas dois meses antes do crime. Em depoimento, ele relatou estar em profundo estado de depressão, tomando remédios para insônia e ansiedade.
Ele confessou ter tentado matar o tio, mas disse que agiu sob o efeito de álcool, maconha e impulsionado por “lembranças ruins” e por uma suposta raiva acumulada por ameaças que o tio teria feito no passado contra ele e sua mãe.
Minutos antes do ataque, o autor se aproximou do tio, o cumprimentou, deu um abraço e ambos desejaram “Feliz Ano Novo”, narra a denúncia. Cerca de uma hora e meia depois, o rapaz voltou e, sem dizer uma palavra, atacou a vítima pelas costas.
Uma testemunha contou que inicialmente pensou se tratar de uma brincadeira, até ver o sangue jorrando. O tio, que perdoou o sobrinho em seu depoimento, disse que ouviu o jovem dizer “tá vendo o que você fez?” durante os golpes.
O próprio réu admitiu a autoria e se disse arrependido, afirmando que não estava em seu juízo perfeito e que não pretendia matar o tio.
PRONÚNCIA, E AGORA?
O juiz entendeu que há indícios suficientes de que o crime foi cometido com “animus necandi” (vontade de matar) e que as qualificadoras de motivo fútil (desentendimentos familiares) e recurso que dificultou a defesa (ataque pelas costas contra vítima desprevenida) devem ser analisadas pelo júri popular.
O réu permanecerá preso preventivamente até o julgamento, considerado pela Justiça como um risco para a ordem pública. O caso agora seguirá para o Tribunal do Júri, que decidirá se o jovem será condenado ou absolvido pela tentativa de matar o próprio tio.
A data do julgamento ainda será marcada. Antes, porém, o rapaz tem direito a recorrer da decisão da Comarca de Marília no TJ-SP. Até lá, segue preso preventivamente.
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