O Instituto de Previdência do Município de Marília (Ipremm) notificou o Tribunal de Contas de São Paulo (TCE-SP) sobre a perda de mais de R$ 2,1 milhões que pertenciam aos servidores públicos de Marília, como resultado de um Fundo de Investimentos fracassado.
O prejuízo é resultado do derretimento do ‘Fundo Geração de Energia – Investimento em Participações Multiestratégia’, administrado pelo BNY (Bank of New York) Mellon Serviços Financeiros, contratado em 2011 – gestão do ex-prefeito Mário Bulgareli (Republicanos).
Mesmo com outros investimentos no azul, o Ipremm foi alvo de um alerta emitido em dezembro pelo TCE–SP, que apontou número negativo na carteira de rentabilidade acumulada.
O Marília Notícia teve acesso ao relatório que mostra prejuízo de 25,57%, ante a uma meta de rentabilidade de 11,33%. O Instituto deveria ter obtido 5,88%, já descontada a inflação do período. Na prática o patrimônio investido perdeu um quarto do valor.
A presidente do Instituto, Mônica Regina da Silva, informou ao MN que o apontamento do Tribunal de Contas foi feito após o órgão verificar a reavaliação das cotas do Fundo de Investimento do BNY.
Ela lamentou o derretimento dos ativos, fruto do trabalho do servidor. “Trata-se de um Fundo fechado, contratado em 2011, que só poderia ser resgatado sete anos depois. Isso foi muito antes da nossa gestão”, alegou.
Segundo Mônica, o rombo se confirmou na hora de desinvestir, ou seja, resgatar os ativos. “Verificou-se um grande problema. Foram investidos R$ 2,2 milhões, que acabou reduzido a R$ 70 mil. Um desastre, uma tristeza para o servidor”, disse Mônica.
Segurança
O Fundo administrado pelo Bank of New York pretendia construir uma hidrelétrica e ainda gerar ativos com o reflorestamento.
“Não temos notícia de uma árvore plantada. O que sabemos é que esse fundo foi se descapitalizando até chegar nesse ponto”, disse Mônica.
A presidente do Ipremm afirma que o município tem toda a documentação necessária e poderá tomar providências, mas sem a certeza de reaver recursos, já que os riscos são inerentes aos investimentos.
Conforme o site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão do Banco Central, o ‘Fundo Geração de Energia – Investimento em Participações Multiestratégia’ foi ativado no final de 2010, com patrimônio líquido de R$ 57 milhões e um único cotista.
Em meados de 2013 já tinha 20 cotistas e R$ 194,5 milhões em patrimônio. Em junho de 2014 chegou a valer R$ 345 milhões, com 31 cotistas.
O derretimento começou entre 2017 e 2018. No último relatório disponível, o Fundo apresentou patrimônio de 8 milhões, após ter comprometido mais de R$ 202 milhões do capital obtido.
O MN entrou em contato com o BNY Mellon Serviços Financeiros o Brasil, mas a instituição ainda não se posicionou sobre o fracasso no Fundo que recebeu dinheiro do Ipremm.
Outros prejuízos
Não foi a primeira vez que o Ipremm amargou prejuízos com investimentos. Em 2008 o Instituto investiu R$ 300 mil em um Fundo administrado pelo Banco Santos, empresa que havia decretado falência em 2005.
Anos depois as autoridades conseguiram provar que a falência decorreu de gestão fraudulenta do então presidente Edemar Cid Ferreira, condenado pelos prejuízos aos investidores.
O instituto mariliense perdeu mais de R$ 3,5 milhões em valores atualizados. A direção do Ipremm, na época, alegou que havia orientação de empresa de consultoria financeira, que monitorava tendências do mercado.
As indicações, alegaram os ex-dirigentes, eram submetidas ao Conselho de Administração, que deliberava e encaminhava para a aprovação da presidência do Ipremm. Os prejuízos foram um dos temas da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de 2017, que não tratou dos investimentos do BNY.
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