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2, abr / 2025, 10:05h Bom dia
Profissionais com ensino superior completo em Marília tendem a receber salários mais altos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e de um estudo da consultoria LCA 4intelligence. O cruzamento das duas fontes revela uma forte relação entre a formação acadêmica e a remuneração no mercado de trabalho local.
De acordo com o IBGE, 43.457 moradores da cidade têm ensino superior completo, o que representa 18,29% da população estimada em 237.627 habitantes. A presença de diploma é especialmente comum entre as mulheres: elas somam 24.870 (57,23%) dos graduados, enquanto os homens representam 18.586 (42,77%).
As áreas com maior número de pessoas com ensino superior completo são Negócios, Administração e Direito, com 15.865 profissionais (36,51%), seguidas por Saúde e Bem-Estar, com 8.172 (18,80%). Destacam-se os formados em Gestão e Administração (7.464) e em Direito (5.535).
Profissões com diploma lideram salários mais altos
Os dados de remuneração foram obtidos por meio de um levantamento feito pelo economista Bruno Imaizumi, da LCA 4intelligence, com base em 428 ocupações no quarto trimestre de 2024. A análise reforça que as ocupações que exigem nível superior tendem a apresentar as maiores médias salariais.
Médicos especialistas, por exemplo, têm média salarial de R$ 20.139,72 em Marília. Juízes aparecem logo em seguida, com média de R$ 19.029,25. Vale destacar que esse valor pode não refletir com precisão os salários da magistratura pública concursada, cujas remunerações geralmente ultrapassam os R$ 30 mil mensais. A média pode estar sendo influenciada por registros de cargos similares ou autodeclarados em contextos privados, como juízes arbitrais ou conciliadores, que têm remunerações bem inferiores.
Professores universitários têm média de R$ 12.024,29, enquanto gerentes de sucursais bancárias e de serviços financeiros recebem, em média, R$ 13.344,47.
Engenharia, Direito e Tecnologia
A área de Engenharia, Produção e Construção reúne 3.919 profissionais com formação superior, que também aparecem entre os mais bem remunerados. Engenheiros eletricistas têm média de R$ 9.673,12 e engenheiros civis, R$ 8.466,20.
Na área jurídica, advogados têm uma média salarial de R$ 9.107,80. Esse valor, no entanto, representa uma média geral e pode variar bastante conforme a área de atuação, tempo de carreira, carteira de clientes e local de trabalho. Como o Direito está entre as áreas com maior número de formados em Marília, é comum encontrar profissionais com rendimentos muito distintos — desde os que atuam em grandes escritórios ou no setor público até aqueles com atuação autônoma e menor retorno financeiro.
Também com salários destacados estão os agrônomos, com R$ 8.349,09, e os dentistas, com R$ 8.276,61. Esses profissionais estão incluídos na área de Saúde e Bem-Estar, que reúne, entre outros, 1.535 graduados em Medicina e 1.026 em Odontologia.
Formação superior não garante altos rendimentos
Apesar da tendência geral, nem todos os profissionais com diploma universitário recebem salários elevados. Psicólogos, por exemplo, com 1.362 graduados em Marília, têm média salarial de R$ 5.673,33. Nutricionistas ganham R$ 5.623,65; veterinários, R$ 5.271,60; farmacêuticos, R$ 5.038,71; e jornalistas, R$ 4.611,25.
Os dados mostram que a valorização salarial varia conforme a área de atuação, a demanda de mercado e o nível de especialização de cada profissional.
Em contrapartida, as profissões que geralmente não exigem ensino superior apresentam médias salariais mais baixas. Vendedores por telefone recebem R$ 2.682,17; telefonistas, R$ 2.275,56; balconistas e vendedores de lojas, R$ 2.168,44; e frentistas, R$ 2.134,81.
Panorama reforça peso do diploma, mas com ressalvas
A análise conjunta dos dados do IBGE e da consultoria LCA revela um panorama claro: há uma tendência de que o diploma universitário esteja associado a melhores salários em Marília.
No entanto, a qualificação formal não é o único fator determinante. Experiência, especialização, setor de atuação e contexto econômico também influenciam diretamente na remuneração dos trabalhadores.
Mesmo assim, os números reforçam a importância da formação acadêmica como ferramenta de valorização no mercado profissional e ajudam a compreender a dinâmica da renda na cidade.