Brasil e Mundo

Caixa desiste de antecipar 2ª parcela do auxílio

O fantasma das “pedaladas fiscais” voltou a pairar sobre a Caixa Econômica Federal, que precisou paralisar os pagamentos do auxílio emergencial e suspender a prometida antecipação da segunda parcela pela falta temporária de dinheiro. Se o banco fizer o pagamento sem orçamento para isso, estará financiando a União, prática proibida que no passado rendeu um processo de impeachment para a ex-presidente Dilma Rousseff.

O Ministério da Cidadania informou na quinta-feira, 23, a necessidade de R$ 25,72 bilhões adicionais para garantir o pagamento a todos os beneficiários, mas o valor pode ser ainda maior porque os pedidos dos trabalhadores informais pelo auxílio de R$ 600 não param de chegar. A suplementação precisa vir do Ministério da Economia para destravar os pagamentos.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, o Tesouro Nacional avisou na quarta-feira que não havia a suplementação necessária no Orçamento, e a Caixa teve de recuar. Técnicos do Ministério da Economia alertaram que qualquer pagamento do benefício pelo banco sem o dinheiro no caixa seria uma “superpedalada”, o que seria “pego” pela fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU).

O anúncio da antecipação e o posterior recuo do governo, porém, se transformaram em um cabo de guerra político. Segundo apurou a reportagem, a ideia partiu do presidente da Caixa, Pedro Guimarães.

A decisão criou um problema para o governo e para a própria Caixa. Se o banco efetuar o pagamento sem a garantia dos recursos no orçamento, repetirá as “pedaladas fiscais” das gestões petistas. Naquela época, a Caixa continuou pagando benefícios como o Bolsa Família com recursos próprios, mesmo sem receber os repasses do governo, o que fere a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

O alerta da impossibilidade dos pagamentos veio da Controladoria-Geral da União (CGU), órgão do próprio Poder Executivo. Dos R$ 32,7 bilhões previstos para a primeira parcela, R$ 31,3 bilhões já foram transferidos e ainda há 12 milhões de pedidos pendentes de análise. A antecipação da segunda prestação sem conhecimento do real tamanho do universo de beneficiários poderia comprometer as contas e violar a legislação. O orçamento total para o auxílio hoje é de R$ 98,2 bilhões.

Na quinta, Guimarães disse que o governo não vai fazer “nenhuma maluquice” de pagar o benefício sem ter os recursos. “Precisa de poucos dias, está praticamente resolvido, para que tenha uma complementação, ou seja, vai aumentar o valor do orçamento”, disse, em live, do lado do presidente Jair Bolsonaro. Segundo apurou a reportagem, Guimarães pressiona pelos recursos, jogando no colo do ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, a responsabilidade pela “trapalhada”. Foi a pasta que comunicou o recuo na decisão de antecipar a segunda parcela.

Agência Estado

Recent Posts

Homem morre atropelado na Rodovia do Contorno em Marília

Vítima teve óbito constatado ainda no local (Foto: Alcyr Netto/Marília Notícia) Um acidente de trânsito…

37 minutos ago

Jovem é sequestrado e obrigado a realizar transferências Pix por dois dias

Um jovem de 29 anos afirma ter sido vítima de sequestro relâmpago no bairro Jardim…

10 horas ago

Motorista é preso por embriaguez ao volante após bater carro em trator

Um homem de 48 anos foi preso em flagrante por embriaguez ao volante na noite…

10 horas ago

Justiça publica sentença contra acusados por crimes na ‘guerra do tráfico’ em 2011

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) publicou a sentença do júri…

10 horas ago

Grupo MC3 celebra o Dia do Síndico em noite de reconhecimento

Ver essa foto no Instagram Um post compartilhado por Marília Notícia (@marilianoticia)

10 horas ago

Marília publica plano que define metas e prioridades até 2029

Documento orienta ações e investimentos nas áreas públicas pelos próximos anos (Foto: Joe Arruda/Marília Notícia)…

11 horas ago

This website uses cookies.