Aposentada é a 14ª vítima fatal da dengue em Marília
“Nós ajudamos a eleger o Vinicius Camarinha e o que ele deu em troca? Minha mãe no Cemitério”. Esse é o desabafo de Sônia Baeta, filha da aposentada Maria Aparecida Bonfim Baeta, de 72 anos, a 14ª vítima fatal da dengue em Marília.
Segundo os familiares, Maria Aparecida teve os primeiros sintomas na sexta-feira retrasada, dia 27 de fevereiro, e procurou atendimento médico no Prontomed. No dia seguinte continuava se sentindo mal e foi até a Santa Casa. Na última terça-feira (3) procurou novamente ajuda e imediatamente foi internada na UTI do Hospital Universitário.
A dengue consta como um dos motivos do falecimento no atestado de óbito e de acordo com Lauana Beatriz Baeta, neta da vítima, os médicos informaram que a doença desencadeou os outros problemas, sendo decisiva para a morte. “Se não fosse a dengue ela estaria viva”, disse Lauana.
Apesar das 14 mortes terem o registro de dengue nos atestados de óbitos, a Prefeitura mantém a posição que apenas quatro óbitos foram registrados oficialmente.
A morte indignou a família da vítima, que reclamou do descaso com a saúde e da suposta omissão do prefeito Camarinha: “A cidade está abandonada. Dinheiro para comprar carro de luxo e ir pra Las Vegas casar tem né? E as ações de prevenção? Tudo tinha que ter sido feito antes, agora o estrago já é grande demais, nada vai trazer minha avó de volta”, comentou Lauana, que tem 10 pessoas na família com dengue.
“Pior é que não podia falar mal do Camarinha pra minha mãe. No final ela viu o que realmente é”, completou a filha Sônia Baeta. O corpo de Maria Aparecida está sendo velado na sala 4 do Velório Municipal e o sepultamento será às 17h30 no Cemitério da Saudade.