CBF estuda usar inteligência artificial e realidade virtual para treinar juiz
A inteligência artificial (IA) pode nunca chegar a apitar uma final de Copa do Mundo, mas pode ajudar juízes brasileiros a chegar lá novamente, o que não acontece desde 1986. Embora rejeite o futuro no qual a autoridade máxima em campo seja um algoritmo, Leonardo Gaciba, ex-árbitro e atual chefe de arbitragem na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), diz que a entidade planeja usar IA no treinamento de árbitros humanos.
Segundo ele, a CBF estuda adotar óculos de realidade virtual turbinados com inteligência artificial para simular partidas. É como se o aspirante a Arnaldo Cezar Coelho treinasse dentro de um jogo de videogame – aposta do mundo tecnológico, a realidade virtual já ganha espaço, principalmente entre os fãs de games.
Entre os benefícios, aponta Gaciba, estão na redução de custos e na melhora logística dos treinamentos. “Hoje, quando vamos fazer um treinamento de juízes em Águas de Lindóia (SP), é preciso levar até seis times para os jogos”, diz Gaciba. “Quando a IA for adotada, os jogadores convocados para os treinamentos da arbitragem serão desnecessários”, diz Gaciba. Além disso, aspirantes a árbitros poderiam treinar em qualquer campo do País, incluindo os de suas próprias cidades.
Além disso, a versão com IA poderia emular as qualidades de jogadores profissionais, que têm nível técnico e físico superiores aos dos jogadores que participam dos treinos – é como se os juízes pudessem treinar com uma versão virtual de um atleta mais malandro como Neymar ou Éverton Cebolinha, e não com um de nível mediano. Gaciba, porém, ainda não dá data e nem revela o preço para que esse plano saia do papel. “A CBF não está muito preocupada com valores”, diz. “A CBF está preocupada com a qualidade do jogo.”