Doador do PSB é investigado por corrupção
Um dos principais doadores para as eleições de 2016 ao diretório do PSB (Partido Socialista Brasileiro) em Marília, partido do atual prefeito e candidato à reeleição Vinícius Camarinha, é Carlos Umberto Garrossino.
De acordo com os dados divulgados na semana passada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Garrosino doou R$ 5 mil dos R$ 10 mil arrecadados pela sigla conforme prestação de contas parcial enviada entre os últimos dias 9 e 13.
Juntamente com o deputado estadual Abelardo Camarinha (PSB), Garrossino está entre os denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por crimes cometidos em licitação de merenda escolar no município.
Matérias veiculadas pelo Marília Notícia e pelo jornal ‘O Estado de São Paulo’ apontam que Garrossino atualmente é investigado por receber pelo menos R$ 600 mil em uma suposta “Máfia da Merenda” na cidade.
Neste caso, o ‘braço direito’ de Abelardo Camarinha foi denunciado por corrupção passiva e associação criminosa.
De acordo com o MPF, Garrossino participou ativamente do esquema em que Camarinha supostamente chegou a receber 10% do valor do contrato das merendas em propinas.
MIRAGEM
Segundo a Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), Garrosino é um dos 22 funcionários do gabinete de Abelardo Camarinha. Ele ocupa o cargo de jornalista, trabalhando como assessor de imprensa.
Garrosino também é apontado pela Polícia Federal (PF) como suposto ‘laranja’ de políticos que seriam os reais proprietários do grupo CMN (Central Marília Notícias), que engloba o jornal Diário, Rádio Dirceu AM e Diário FM.
O prédio onde a rede de comunicação funciona foi alvo da PF em agosto na Operação Miragem.
Na ocasião, foram cinco mandados de prisão temporária expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 3ª região, sendo três em Marília, um em Ribeirão Preto e outro em São Paulo.
Um dos mandados de Marília era para Carlos Umberto Garrossino, que ficou foragido por alguns dias.
Os mandados de buscas também foram cumpridos em uma fazenda que ele possui em Oriente, na Prefeitura de Marília, em residências de familiares e pessoas ligadas ao deputado estadual Abelardo Camarinha, no apartamento em que mora o prefeito Vinícius Camarinha e no escritório político do PSB.
Na época da operação, o delegado da PF Luciano Menin, afirmou que “muito dinheiro” foi apreendido durante as buscas.
HISTÓRICO
Garrossino também já foi preso em 2001, quando era chefe de gabinete de Abelardo Camarinha (prefeito de Marília na época) e tentou subornar o jornalista Oswaldo Machado, autor de denúncias contra Camarinha no Ministério Público.
Na época, há 15 anos, o jornalista afirmou à PF que sofreu violenta agressão de dois homens encapuzados, que fizeram várias advertências sobre o assunto para ele. Sua casa foi arrombada e foram levados disquetes e a CPU do microcomputador.
O jornalista fez denúncias ao Ministério Público contra o prefeito em relação a licitações irregulares e protocolou um pedido de CPI na Câmara Municipal. Depois disso, teria passado a receber propostas de suborno.
Em um posto de gasolina, Garrossino foi preso em flagrante pela PF após entregar uma mala com R$ 20 mil para o jornalista.
Outra situação delicada envolvendo Garrossino ocorreu em 30 de novembro de 2010, onde foi vítima de uma tentativa de homicídio. Ele deixava o Fórum de Marília após uma audiência quando, no estacionamento, foi surpreendido e atacado com golpes na cabeça e nas costas.
A mesma pessoa que cometeu o crime contra Garrossino já havia deixado uma granada no jardim de sua casa em novembro de 2009, o que mobilizou até a vinda do GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais) de São Paulo para Marília.