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Região de Marília tem 3,32 médicos para cada mil habitantes

DRS de Marília reúne 3.766 médicos para atender uma população estimada em 1,1 milhão (Foto: Freepik)

Marília e os municípios que integram o Departamento Regional de Saúde (DRS IX) apresentam uma razão de 3,32 médicos por mil habitantes, segundo o estudo Demografia Médica do Estado de São Paulo 2026, elaborado por pesquisadores da USP em parceria com entidades médicas e órgãos oficiais.

O índice coloca a região abaixo da média estadual, que é de 4,28 médicos por mil habitantes, e distante dos polos mais estruturados do interior paulista.

Ao todo, o DRS de Marília reúne 3.766 médicos para atender uma população estimada em 1.133.793 habitantes, distribuídos em 62 municípios. O desempenho posiciona a região em um bloco intermediário, ao lado de Bauru, Campinas, Taubaté e Presidente Prudente, todas com razões entre três e quatro médicos por mil habitantes.

Comparação com outras regiões

Enquanto Marília registra 3,32 médicos por mil habitantes, regiões como Ribeirão Preto (5,07), Barretos (4,44) e São José do Rio Preto (4,16) apresentam maior concentração de profissionais. No outro extremo do Estado estão Registro (2,13), Araçatuba (2,60) e São João da Boa Vista (2,61), com os menores índices de oferta médica.

O levantamento reforça a desigualdade na distribuição da força de trabalho médica, mesmo entre regiões do interior, evidenciando a concentração de profissionais em áreas com maior estrutura hospitalar, oferta de especialidades e programas de formação.

Especialistas: quantidade moderada, mas abaixo dos polos

No recorte específico de médicos especialistas, o DRS de Marília conta com 1.882 profissionais, o que representa uma razão de 165,99 especialistas por 100 mil habitantes. O número é inferior à média estadual e distante de regiões como Ribeirão Preto, que lidera o ranking paulista, com 309,58 especialistas por 100 mil habitantes.

Apesar da presença de especialidades relevantes — como Clínica Médica, Cirurgia Geral, Cardiologia e Pediatria —, o estudo aponta que a distribuição interna das especialidades ainda é desigual e insuficiente para atender plenamente às demandas regionais.

Atenção básica é um dos principais gargalos

Um dos dados que mais chamam atenção é a baixa oferta de médicos de Família e Comunidade, considerados estratégicos para a atenção básica e o fortalecimento do SUS. Marília registra apenas 4,94 especialistas em Medicina de Família e Comunidade por 100 mil habitantes, número bem abaixo da média estadual de 8,14.

Segundo os autores do estudo, a escassez desses profissionais impacta diretamente a capacidade dos municípios de organizar redes de atenção primária resolutivas, o que acaba sobrecarregando ambulatórios especializados e hospitais.

Déficits também em áreas sensíveis

O levantamento também aponta oferta crítica de especialistas em áreas essenciais à saúde da mulher. Em Ginecologia e Obstetrícia, Marília apresenta 29,96 médicos por 100 mil mulheres, índice considerado baixo quando comparado à média estadual e a regiões mais estruturadas.

Situação semelhante ocorre em especialidades como Anestesiologia e Psiquiatria, que, embora presentes, ainda não atingem patamares considerados ideais para garantir acesso amplo e reduzir filas de espera.

Formação médica e residência ajudam a sustentar a região

Apesar dos desafios, Marília se destaca como polo formador, com duas escolas médicas, mais de 1.000 estudantes de graduação e 15 programas de residência médica, concentrando 316 médicos residentes, o que contribui para a fixação parcial de profissionais na região.

Ainda assim, o estudo alerta que formar médicos não garante permanência, sobretudo na atenção básica e em municípios menores, sem políticas de incentivo e infraestrutura adequada.

Desafio é transformar números em acesso efetivo

Para os pesquisadores, os dados mostram que Marília não enfrenta um colapso na oferta médica, mas vive um cenário de alerta, marcado por distribuição desigual de especialidades e dificuldades históricas na atenção primária.

“O desafio não é apenas aumentar o número de médicos, mas garantir que eles estejam onde a população mais precisa”, aponta o relatório, ao defender políticas regionais integradas, valorização da carreira médica no SUS e fortalecimento da rede básica de saúde.

Carolina Rolta

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