Antes de começar a escrever a crônica desta semana, ainda estava digerindo a perda de Paulo José (1937-2021). Paulo José tinha uma voz que me trazia calma e paz. Ainda ecoa dentro da minha memória afetiva determinados personagens deste imenso homem do teatro e da teledramaturgia, entre eles o do Profeta Gentileza na novela “Caminho das Índias”, exibida pela rede Globo em 2009.
Outro momento marcante de Paulo José para a minha admiração de telespectador foi na incrível minissérie “A madona de cedro”, que a mesma Globo exibiu nas madrugadas de 1994. Fiquei extremamente curioso para ler a obra homônima de Antônio Callado (1917-1997), o que só viria acontecer anos mais tarde por não encontrar exemplar do livro na minha cidade natal. Acabei comprando o livro – a trama se passa em Minas Gerais – aqui em Marília.
Paulo José interpreta um sacristão medonho, que tinha uma queda por uma moça da cidade. Em determinado momento da trama, o padre querendo regular a situação do auxiliar – já estava pegando mal, né um sacristão tendo envolvimento lascivo por aí sem as bênçãos da paróquia – dá uma enquadrada no personagem de Paulo José dentro da matriz. O sacristão sai gritando algo assim: “Jamais vou casar! Morrerei solteiro!”. A cena também vive nas minhas lembranças. Como não lembrar de Paulo José na segunda fase de “Macunaíma”, o filme de Joaquim Pedro de Andrade de 1969 inspirado na obra de mesmo nome de Mário de Andrade?
Como o pai do palhaço Pangaré, em “O palhaço”, filme de Selton Mello, Paulo José transmite tanto sentimento e dramaticidade só com olhares e expressões, que suas poucas falas nem precisariam existir na trama.
Mas se na quarta (11) perdemos Paulo José (que numa entrevista para a revista Isto É me mostrou o quanto a ave tucana é meio que uma vilã de asas, desengonçada no voo, maldosa nos atos e horrível no canto), na quinta (12) se foi o maior galã do Brasil: Tarcísio Meira (1935-2021).
Muitos Rodrigos da minha geração devem seu nome ao herói interpretado por Meira em “O tempo e o vento’”, a minissérie da Globo inspirada na obra do gaúcho Érico Veríssimo – que na trilogia nos legou um certo capitão Rodrigo e Ana Terra, entre outros personagens marcantes.
Tarcísio Meira foi o protagonista de “Roda de Fogo”, uma das novelas da minha infância. Estrelou grandes produtos do audiovisual brasileiro, trabalhou com Amácio Mazzaroppi, um dos maiores cineastas do mundo (campeão de bilheteira e ícone da comédia) e interpretou um dos mais temidos vilões da literatura: Hermógenes, saído das páginas de Guimarães Rosa, em “Grande Sertão: Veredas”, outra antológica série da Globo.
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