Há sempre um silêncio estranho que visita a gente em dezembro.
Não é só cansaço: é balanço, memória, susto e esperança misturados num mesmo corpo.
O fim do ano tem essa habilidade quase cruel de nos lembrar que o tempo passou — mesmo quando a gente não passou tão bem por ele.
E então surgem saudades antigas, projetos que ficaram pela metade, versões nossas que não conseguimos ser.
Na psiquiatria, chamamos isso de ambivalência afetiva: sentir duas coisas opostas ao mesmo tempo.
No fim do ano isso vira rotina.
É a nostalgia e a expectativa.
É a alegria e a exaustão.
É a vontade de começar de novo e o medo de não saber por onde.
Mário Quintana dizia que “para cada novo e belo ser humano que nasce, deve morrer algo dentro da gente”.
E talvez seja essa a grande verdade de dezembro:
para entrar no ano que chega, precisamos deixar morrer aquilo que pesou demais no ano que partiu.
O que não coube.
O que machucou.
O que insistimos em carregar mesmo sabendo que não nos pertencia mais.
O fim do ano nos oferece uma espécie de luto silencioso, íntimo e necessário — e ao mesmo tempo, um renascimento discreto.
Porque não existe recomeço sem despedida.
Não existe saúde mental sem a coragem de soltar.
Então, se dezembro estiver doendo um pouco aí dentro, saiba: não é fraqueza.
É humanidade.
É o tempo trabalhando em nós.
Que o próximo ano não seja apenas “novo”, mas habitável.
E que você também seja.
***
Dra. Fernanda Simines Nascimento
Médica Psiquiatra – CRM/SP 198541| RQE 124287
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