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Polícia Civil apura ameaça de chacina em empresa e na Câmara

Quatro vereadores foram citados em ameaça de chacina feita no fim do ano passado (Foto: Divulgação/Câmara Municipal)

A Polícia Civil investiga uma ameaça de chacina feita contra vereadores da Câmara de Marília. A intimidação chegou até os vereadores por e-mail em novembro do ano passado. O texto cita uso de armas de fogo, facas e até explosivos de uso militar. Os alvos seriam o ex-presidente da Câmara Marcos Rezende (PSD), além das dos vereadores Ivan Negão (PSB) – que faleceu no início do ano, vítima de um infarto -, Professora Daniela (PL) e Vânia Ramos (Republicanos).

A ameaça foi feita em 7 de novembro, sendo então encaminhada para a Polícia Civil, que decidiu instaurar inquérito policial para apurar os fatos. O texto foi encaminhado por uma pessoa ou grupo, com a identificação “Os Imbrocháveis”. Além dos vereadores ameaçados, o e-mail dizia que qualquer pessoa que estivesse no prédio da Câmara poderia ser um alvo colateral do ataque.

A ameaça não tinha qualquer indicação de autoria, mas tinha a inscrição “Deus, Pátria e Família”, além da indicação numérica 14/88, em suposta referência ligada a grupos racistas. O Marília Notícia teve acesso ao conteúdo do e-mail, cheio de erros de português.

O texto ameaçador fala sobre dois avisos na indústria de alimentos Marilan, com suposto ataque contra funcionários do local. Em seguida, os então criminosos iriam até a Câmara matar os quatro vereadores. O documento tem conteúdo racista, xenofóbico e misógino contra os vereadores.

O autor da ameaça fala em atear fogo na Câmara após os assassinatos. Os atos criminosos seriam em homenagem ao ex-deputado Roberto Jefferson, preso após atacar policiais federais. Também citam apoio aos caminhoneiros do país. A chacina seria o início de uma suposta revolução, que obrigaria as Forças Armadas a realizarem uma intervenção no Brasil, mantendo o ex-presidente Bolsonaro no poder.

(Reprodução: Divulgação)

O conteúdo das ameaças segue indicando como alvos o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

Os vereadores Marcos Rezende, Ivan Negão, Professora Daniela e Vânia Ramos foram ouvidos no dia seguinte, pelo delegado José Carlos Costa, que instaurou o inquérito policial para apurar as ameaças e injúrias raciais.

O 8º promotor de Justiça de Marília, Gilson Cesar Augusto da Silva, também encaminhou para a Delegacia Seccional de Marília um pedido para instauração de inquérito policial sobre o caso. O mesmo e-mail com ameaças também foi encaminhado para o endereço da Ouvidoria da Prefeitura de Marília, sendo redirecionado para a Polícia Civil.

No dia 9 de novembro, a Polícia Civil já havia oficiado a empresa Google, responsável pelos e-mails do local, para informar dados sobre o possível remetente. O caso segue sendo investigado. Houve pedido de dilação de prazo para que a Polícia Civil siga realizando o trabalho, enquanto aguarda retorno do Google com informações  sobre a autoria do e-mail.

A vereadora Vânia Ramos declarou que, assim que a ameaça foi recebida na Câmara, o presidente da época, Marcos Rezende, tomou todas as providências pertinentes.

Os outros ameaçados também foram procurados, mas até o fechamento da reportagem não haviam dado retorno. O Marília Notícia também entrou em contato com a empresa Marilan, que não respondeu sobre a ameaça. Assim que novas respostas chegarem, o texto será atualizado.

Alcyr Netto

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