Marília celebra nesta sexta-feira (4) seus 96 anos de emancipação político-administrativa. A cidade caminha para o centenário impulsionada por grandes conquistas, um legado histórico de inovação e uma agenda cheia de comemorações, mas também com desafios urgentes à frente.
Principal polo do Centro-Oeste Paulista, Marília chega a 2025 com cerca de 246 mil habitantes, conforme atualização de 2024 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A esse número soma-se o intenso fluxo diário de visitantes que dependem da cidade para estudar, trabalhar, fazer negócios, buscar atendimento de saúde ou simplesmente passear.
VOCAÇÕES
Marília nasceu como a cidade dos destinos e das oportunidades, vocacionada a ser referência desde o início pelo protagonismo de seus empreendedores, no campo e na cidade, na construção de marcas que perduram até os dias de hoje.
A antiga Alto Cafezal tornou-se município em 1929, no mesmo ano da quebra da Bolsa de Nova Iorque e da crise do café. Ainda assim, prosperou rapidamente, destacando-se na década de 1930 com a produção de algodão e a instalação de indústrias nacionais de óleo vegetal.
Esse crescimento precoce levou à construção da primeira rodoviária do Brasil, inaugurada em 1930, com uma frota de veículos que rivalizava com a da capital. A movimentação intensa atraiu o setor financeiro: aos 11 anos, Marília já abrigava agências de oito bancos, entre eles a Casa Bancária Almeida — embrião do Bradesco.
A busca por novas oportunidades nunca cessou. O algodão cedeu lugar ao amendoim, em produção ainda maior. A indústria alimentícia ganhou força, com empresas que se tornaram símbolos da cidade, como a Sasazaki (1943), Marilan (1956), Antarctica (1962) e Dori (1967).
O espírito empreendedor local ultrapassou fronteiras. A cidade viu nascer a Táxi Aéreo Marília (TAM), hoje Latam, uma das maiores companhias aéreas do país. E também foi berço da Pagamento Digital, startup criada em 2006 que ajudou a popularizar as compras pela internet no Brasil.
À medida que a indústria e os serviços cresciam, a cidade também se consolidava como referência em educação. Foram criadas instituições de ensino superior que formam gerações de profissionais: a atual Universidade de Marília (Unimar), a Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp e o Univem.
Marília passou a ser conhecida não apenas por seus produtos, mas por seu capital humano. A cidade, que já foi símbolo do progresso agrícola e industrial, também tornou-se um polo educacional e tecnológico.
COMEMORAÇÕES
Para marcar os 96 anos, a Prefeitura de Marília preparou uma programação especial ao longo de abril. O tradicional desfile cívico-militar acontecerá nesta sexta-feira (4), às 9h, na avenida Sampaio Vidal, que leva o nome de um dos fundadores da cidade.
À tarde, os céus de Marília voltam a receber a Esquadrilha da Fumaça, em apresentação prevista para as 14h. Às 19h, a banda dos Fuzileiros Navais de São Paulo se apresenta no Teatro Municipal.
E no mesmo horário, o Marília Atlético Clube entra em campo em busca de uma virada histórica rumo à Série A2 do Campeonato Paulista, com o apoio da torcida no estádio Abreuzão.
DESAFIOS
Mas nem só de festa vive Marília. O crescimento acelerado nas primeiras décadas trouxe consigo problemas estruturais que, em muitos casos, persistem até hoje.
A oferta de água e o tratamento de esgoto seguem entre os maiores desafios da cidade. Desde os anos 1950, os sistemas de captação e abastecimento sofrem para atender a demanda. Os dejetos ainda são lançados nos córregos e rios sem tratamento adequado, afetando o meio ambiente e, em certa medida, a própria qualidade da água consumida.
A mobilidade urbana também exige soluções. A frota de veículos já ultrapassa metade da população, o que sobrecarrega ruas estreitas do centro. A reativação dos trens, prometida por concessionárias ferroviárias, adiciona mais um elemento à equação.
Na saúde, a população cobra melhorias. A construção do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) e a recuperação de espaços públicos estão entre as principais expectativas diante da nova gestão municipal.
RUMO AO CENTENÁRIO
Marília se aproxima dos 100 anos mantendo viva sua vocação para o progresso. A cidade que já inovou na indústria, na aviação, no comércio eletrônico e na educação, agora enfrenta a responsabilidade de corrigir antigas falhas e planejar um futuro mais sustentável.
Quem viaja de avião, paga com cartão pela internet, é cliente bancário ou simplesmente aprecia um biscoito industrializado já esbarrou, mesmo sem saber, com alguma marca da história mariliense. Porque tudo isso também começou aqui.
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