João Pinheiro está preso desde o dia 27 de maio em Madri, na Espanha (Foto: Alcyr Netto/Marília Notícia)
O jornal boliviano El País, em publicação detalhada, afirma que o empresário João Henrique Pinheiro – conhecido por ter sido o candidato a prefeito mais rico do Brasil nas eleições de 2024 – é mentor de uma fraude de US$ 684 mil (algo em torno de R$ 3,7 milhões), relacionada à promessa de construção de uma usina de açúcar na Bolívia.
Segundo a publicação, ele foi detido em Madri, na Espanha, no dia 27 de maio. A prisão ocorreu por força de um mandado internacional, após inclusão do nome de Pinheiro na lista vermelha da Interpol, em setembro de 2024, a pedido das autoridades bolivianas, diz o El País.
A informação foi apurada pelo Marília Notícia, em reportagem no dia 17 de junho. O site confirmou a inclusão de Pinheiro no sistema da Interpol, mas as autoridades brasileiras e internacionais não atestaram o cumprimento.
SONHO FRUSTRADO
O periódico boliviano detalha o envolvimento do empresário de Marília com o Complexo Industrial Canavieiro (Cicasa), projeto lançado em 2019 em Bermejo, com a promessa de processar 2.500 toneladas de cana por dia.
Segundo relato de Rodolfo Garzón, representante da Cicasa e líder da Federação dos Produtores de Cana-de-Açúcar do Sul (Fecasur), ao El País, o brasileiro se apresentou como empresário do setor industrial e convenceu mais de 600 famílias – entre produtores, transportadores e trabalhadores rurais – a investirem no empreendimento.
O orçamento total do projeto era estimado em US$ 12 milhões. “Cumprimos todos os pagamentos exigidos pelo contrato. Ele até enviou um engenheiro do Brasil para trabalhar na terraplenagem e no projeto da instalação”, explica Garzón, observando que as máquinas nunca chegaram.
A fraude foi descoberta – e cessou- quando representantes da Cicasa viajaram ao Brasil e constataram que os equipamentos apresentados por Pinheiro como sendo de sua propriedade não pertenciam a ele.
PEDIDO DE EXTRADIÇÃO
Diante das evidências, os produtores bolivianos denunciaram fraude qualificada às autoridades do Departamento de Tarija [equivalente a um Estado, no Brasil].
O caso avançou na Justiça boliviana, resultando na emissão de um mandado de prisão internacional. Após meses com paradeiro desconhecido, Pinheiro foi localizado e preso na Espanha, um dia após embarcar de Guarulhos.
A Bolívia já solicitou formalmente sua extradição. O objetivo é que ele responda criminalmente no país sul-americano e, principalmente, devolva o dinheiro às famílias lesadas.
O caso, segundo o El País, é considerado “um teste para a cooperação judicial internacional” e a disposição do Estado boliviano em “defender seus cidadãos contra crimes financeiros transfronteiriços”.
O Marília Notícia voltou a procurar o Itamaraty, em abordagem focada no eventual dano que o brasileiro pode ter provocado aos nacionais bolivianos, mas ainda não teve retorno.
PROBLEMAS LEGAIS NO BRASIL
No Brasil, Pinheiro também responde a processos civis. Um deles envolve uma ordem de despejo de um terreno no Aeroporto de Marília (SP), ocupado por sua empresa Sugar Brazil, por uma dívida superior a R$ 88 mil.
Conforme apurou o MN, o processo de reintegração de posse foi suspenso após apresentação de um acordo de pagamento.
Pinheiro não tem mandado de prisão expedido no Brasil. Ele foi condenado em agosto de 2024 a dois anos e seis meses de reclusão, em regime aberto, por estelionato. A pena foi convertida em prestação de serviços comunitários e pagamento de multa.
Durante a campanha eleitoral de 2024, Pinheiro declarou um patrimônio bilionário ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que o tornou o candidato mais rico do país. Sua campanha chamou atenção pelo uso de um helicóptero adesivado e um carro conversível de luxo.
Apesar do investimento, obteve apenas 3.397 votos (3% do total), ficando em quinto lugar.
OUTRO LADO
O MN tentou contato novamente com João Pinheiro e com o advogado que, segundo pessoas ligadas ao empresário, o representa. Não houve retorno. Caso manifestação seja recebida pelo site, o texto será atualizado.
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