Brasil e Mundo

EUA: Alta de juros pode aumentar o desemprego no Brasil

Alta de juros nos Estados Unidos pode retirar investimentos do Brasil e aumentar desemprego.

O Banco Central dos Estados Unidos aumentou na quarta-feira (14) a taxa básica de juros da economia norte-americana em 0,25 ponto percentual, para um patamar entre 0,5% e 0,75% ao ano.

A medida, aparentemente distante do universo dos brasileiros, pode trazer impactos significativos para a economia nacional, que sem o “selo de bom pagador” corre o risco de ver investidores retirando grana daqui para aplicar na terra do Tio Sam mesmo pagando juros 13 pontos percentuais maiores.

O movimento de fuga dos investidores para o País norte-americano ocorre porque a garantia de recebimento do dinheiro aplicado estimula a movimentação do investidor mesmo que seja para ganhar menos, conforme explica o diretor de câmbio da FB Capital, Fernando Bergallo.

— Para o investidor estrangeiro colocar dinheiro aqui, os juros não têm que ser apenas mais altos, mas altos o suficiente para compensar o também mais alto risco de investimento.

Com a retirada de investimentos do Brasil, o professor financista da Faculdade Fipecafi George Willrich Sales afirma que a alta dos juros nos Estados Unidos tem capacidade de dificultar ainda mais a situação do mercado de trabalho brasileiro.

— Uma vez que [a taxa dos juros norte-americanos] afeta o crescimento nacional, atinge também o bolso do brasileiro porque diminui a possibilidade de investimento de longo prazo, que são aqueles que trazem emprego para a população.

Selic

A primeira alta de juros nos Estados unidos em um ano foi anunciada no mesmo momento em que a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, sinaliza para um movimento de queda. Nas últimas duas reuniões, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central brasileiros optou pela redução da Selic, que atualmente figura no patamar de 13,75% ao ano.

Na avaliação de Willrich, a redução dos juros nos Estados Unidos não tende a impactar em curto prazo a trajetória de baixa da Selic. Ele, no entanto, afirma que tudo vai depender do nível de crescimento da economia nacional.

— A gente tem uma exigência de retomada de capital, que está paralisado por conta das incertezas e do custo alto. Você tem também um capital estrangeiro que não viria por conta de um ticket melhor de remuneração.

Bergallo por sua vez, critica a “fragilidade” da economia brasileira que pode perder investidores mesmo pagando uma taxa de juros extremamente maior.

— Se você está em uma situação boa, não vai tomar dinheiro pagando tão caro. Quanto maior o juro, maior é a demonstração de fragilidade do país para que ele consiga se financiar pagando um juro menor.

Fonte: R7

Amanda Brandão

Recent Posts

Resultados do Enamed e do Revalida serão divulgados na próxima semana

Os resultados do Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) 2025 e da 1ª…

8 horas ago

Saques na poupança superam depósitos em R$ 2,85 bilhões em novembro

As retiradas em contas de poupança ao longo de novembro de 2025 superaram em R$…

8 horas ago

Quase 20% da população de favelas vivem em vias onde não passam carros

Para 3,1 milhões de moradores de favelas brasileiras, a chegada de uma ambulância na porta…

8 horas ago

Defesa de ex-PM acusado de morte no rodeio de Marília recorre ao STJ

Moroni Siqueira Rosa, ex-PM acusado de homicídio (Reprodução: Redes Sociais) A defesa do ex-soldado da…

10 horas ago

Dupla armada invade casa, rende irmãos e foge com R$ 10 mil e relógio na zona norte

Dois homens armados invadiram uma casa na tarde desta quinta-feira (4), no bairro Maracá III,…

11 horas ago

Homem em situação de rua bate no rosto e rouba pedestre no Centro de Marília

Um homem de 26 anos foi preso em flagrante na tarde desta quinta-feira (4) após…

11 horas ago

This website uses cookies.