Marília

Empresa paga salários e sindicato suspende greve no transporte

Após confirmação do pagamento integral dos salários – a primeira parte já havia sido paga no início do mês – o sindicato que representa os motoristas da empresa Grande Marília anunciou que não haverá greve no transporte público de Marília. A paralisação estava prevista a partir de segunda-feira (1).

Os depósitos foram feitos na tarde desta sexta-feira (26), conforme divulgou a empresa. Os problemas envolvendo o setor, porém, persistem.

Em uma semana (na próxima sexta, dia 5) vence mais um mês da folha de pagamento e a empresa alega falta de caixa, em função da redução drástica de passageiros e continuidade da maioria dos custos.

Parte do transporte no município – zonas Norte e Leste – chegou a ser interrompido na tarde da última terça-feira (23). No mesmo dia, reunião entre diretores da empresa e a entidade, decidiu pelo fim da paralisação. Ofício enviado pelo sindicato prometia greve para segunda-feira (1) caso os depósitos não fossem feitos.

Em nota, a empresa sinalizou que as dificuldades continuam. “A quitação ocorrerá porque houve uma entrada de recursos inesperada pela manhã, completando o montante necessário Entretanto, a empresa comunica que não existe previsão para quando será o pagamento do salário que vence na próxima sexta-feira (5)”, informou.

Os trabalhadores receberão conforme a entrada de recursos. “A empresa reitera que já não existem mais receitas suficientes para se manter a operação do serviço após tantos descumprimentos de contrato por parte da Prefeitura Municipal e segue o planejamento de encerrar as atividades no dia 31 de março”, alertou.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários e Urbano de Marília e Região, Aparecido Luiz dos Santos, disse que a semana começará normalmente [no que depender dos funcionários], com a frota na rua. Ele afirmou que, caso  os próximos pagamentos não sejam pagos na data devida, haverá nova notificação.

Ainda segundo o sindicalista, representantes da empresa tem mantido a informação de que o faturamento está comprometido pela pandemia e a Grande Marília não tem condições de manter os salários sem um subsídio da Prefeitura ou recomposição da tarifa.

Sem caixa

A Associação Mariliense de Transporte Urbano (AMTU), que representa as duas empresas de transporte público em atuação no município, protocolou em dezembro do ano passado um ofício solicitando o aumento de R$ 3,80 para R$ 6,24.

A diferença é de R$ 2,44 por passagem, o que representa um aumento de 64,2%. Nesta sexta-feira (26), os integrantes do Sistema Auxiliar de Fiscalização (SAF) sinalizaram a admissão de reajuste a R$ 4,50, valor bem abaixo do pleiteado pelas empresas.

O presidente da Empresa de Mobilidade Urbana de Marília (Emdurb), Valdeci Fogaça, disse que a proposta ainda depende do aval do prefeito Daniel Alonso (PSDB) e também da concordância das concessionárias.

O último reajuste aconteceu em março de 2019, após quatro anos, quando houve o acréscimo de R$ 0,80 na tarifa que era de R$ 3 – o equivalente a 26,6%.

“A Grande Marília lamenta a paralisação, mas com uma tarifa congelada desde março de 2019, sem nenhum auxílio emergencial da Prefeitura durante o período de pandemia e tão pouco uma avaliação quanto ao pedido de reajuste já protocolado, não há mais fluxo de caixa para o pagamento dos salários”, consta em nota oficial da empresa.

“Sem auxílio da Prefeitura não tem como haver previsão para o pagamento”, termina a declaração da Grande Marília.

Prefeitura

Daniel já descartou possibilidade de subsídio. De acordo com o prefeito, desde março do ano passado ambas as empresas vêm procurando a administração “em busca de ajuda, de subsídios, ou seja, de equilíbrio financeiro”.

“Evidente que eu não posso pegar recursos do município para ajudar essas duas empresas. Não posso tirar dinheiro da saúde, da educação, do asfalto, da água, do esgoto e transferir para essas empresas”, disse Daniel.

Segundo o prefeito, houve um “desequilíbrio” em decorrência da pandemia e “as empresas estão transportando menos de 50% do que transportavam”. Esse problema, no entanto, seria nacional.

Daniel também descartou o aumento de tarifa no patamar solicitado pela AMTU. “Não posso admitir uma tarifa neste valor. A população vem sofrendo muito, desemprego, inflação, a situação está muito difícil”.

Carlos Rodrigues

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