Dólar abre em leve alta nesta quinta após dois dias de queda

O dólar abriu a sessão de quinta-feira (8) com uma leve alta, com os investidores cautelosos antes da divulgação de novos dados sobre pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos nesta manhã.

O relatório é um dos poucos eventos na agenda esvaziada de eventos macroeconômicos nesta semana e poderá ajudar a entender como está o cenário nos Estados Unidos.

Às 9h05, o dólar subia 0,19%, cotado a R$ 5,6341. Na quarta-feira (7), o dólar fechou em queda de 0,60%, aos R$ 5,624, e a Bolsa teve alta firme de 0,99%, aos 127.513 pontos. Foi o segundo dia seguido de desvalorização da divisa norte-americana, já que na terça-feira (6) a queda havia sido de 1,40%.

Os mercados globais continuaram o movimento de retomada, após índices acionários e moedas emergentes derreterem na segunda com temores de uma recessão nos Estados Unidos.

Dados recentes da atividade de serviços norte-americana e falas de autoridades do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) afastaram a percepção de que a maior economia do mundo estava em processo de desaceleração acentuado, estimulando o retorno a ativos de risco.

“Desde terça, já vemos uma recuperação no Ibovespa após a queda mais acentuada de segunda. O impacto aqui, no entanto, foi mais brando do que no exterior —o que faz sentido pensando no investidor estrangeiro, que já está com saldo negativo de saída da Bolsa no ano e tem voltado a se posicionar aqui desde as últimas semanas de junho”, avalia Jaqueline Kist, especialista em mercado de capitais e sócia da Matriz Capital.

“Do ponto de vista macro, nossa Bolsa passa a ter mais atratividade pelas relações de preço e lucro. Vemos os preços ainda muito comprimidos, especialmente pela saída massiva do capital estrangeiro no ano, enquanto os resultados dos balanços continuam apresentando fundamentos sólidos, o que explica a ‘virada’ do investidor estrangeiro nessas últimas semanas.”

Notícias do Japão também deram fôlego à procura por ativos de maior risco. O vice-presidente do banco central japonês, Shinichi Uchida, afirmou que a autoridade monetária não irá elevar os juros enquanto os mercados estiverem instáveis.

A declaração vem uma semana depois que a taxa de referência subiu para 0,25%, o que valorizou o iene em relação ao dólar —e, por consequência, adicionou mais pressão ao real pelo desmonte de operações de “carry trade”, quando investidores pegam empréstimos em países de juros baixos e aplicam onde as taxas são mais elevadas.

A ata do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada na manhã de terça, ainda seguiu no radar. O comitê do BC (Banco Central) reafirmou o compromisso com a convergência da inflação à meta e disse que não hesitará em subir a taxa Selic mais uma vez, caso necessário.

A ata, na visão da equipe de pesquisa macroeconômica do Itaú, transmite que o colegiado está atento às perspectivas de inflação e pronto para subir os juros caso o câmbio continue deteriorado.

“Como acreditamos que o real se fortalecerá nas próximas semanas, à medida que os mercados globais se acalmarem, mantemos, por enquanto, a previsão de que a Selic permanecerá em 10,50% ao ano”, afirmou a equipe em relatório a clientes.

“Se o câmbio não reagir, um ciclo de alta, começando em setembro, será inevitável.”

Com o alívio no câmbio, a expectativa de um aperto monetário por parte do BC diminuiu – o que tem reflexo direto nas curvas de juros futuros. As taxas de DIs (Depósitos Interbancários) apresentaram baixas firmes, o que beneficiou ações sensíveis à economia doméstica no Ibovespa.

Folhapress

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