A diretora da Faculdade de Filosofia e Ciências do campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Marília, Claudia Regina Mosca Giroto, falou com o Marília Notícia nesta quarta-feira (3) sobre a polêmica envolvendo a produção de um mural artístico na unidade.
A Unesp de Marília inaugurou na última segunda-feira (1º) um mural do artista Eduardo Kobra, no prédio da biblioteca, e foi muito criticada por parte dos estudantes e professores, que questionaram o custo de R$ 300 mil para a elaboração da obra. Os críticos cobram investimentos na ampliação da assistência estudantil e de melhoras de infraestrutura no campus.
O mural faz parte do projeto “Inclusão, diversidade e literatura: um encontro necessário”, proposto pela diretora geral do campus, que também é docente do Departamento de Educação e Desenvolvimento Humano da Unesp, e Patrícia Butignol Lúcio, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE).
Segundo Giroto, o trabalho, que custou cerca de R$ 300 mil, foi feito com recursos de fomento à cultura. A iniciativa, segundo a docente, não onerou a instituição.
O artista Eduardo Kobra tem sua arte retratada em obras espalhadas pelos cinco continentes e possui recordes, como o maior mural grafitado do mundo. A obra em Marília gerou elogios nos âmbitos cultural e turístico, mas também críticas no meio estudantil. A Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp) e o movimento estudantil da instituição publicaram uma nota de repúdio.
O comunicado pontua que a obra não foi bem vista por conta “das inúmeras demandas urgentes, como a carência de bolsas de estudo para estudantes de graduação, banheiros fechados na entrada do prédio dificultando a acessibilidade de cadeirantes, sistema de ventilação carente de reparos, necessidade de ampliação do atendimento do restaurante universitário e ausência de cantina e de iluminação adequada”.
Em entrevista ao Marília Notícia, a diretora Claudia Regina afirmou que as informações sobre demandas não atendidas e negligenciadas são improcedentes. Atualmente, o valor concedido para bolsas e auxílio para a unidade de Marília é de aproximadamente R$ 3,5 milhões, enviados pela reitoria como recursos adicionais ao custeio da instituição.
“Sobre o mural produzido pelo artista Kobra, trata-se de ação cultural vinculada ao projeto ‘Inclusão, diversidade e literatura: um encontro necessário’, que além da obra prevê, dentre dentre seus objetivos, visitação guiada por parte de alunos de escolas de educação infantil ao ensino médio, tendo em vista a promoção de reflexões sobre a temática do projeto mencionado, o incentivo à leitura e às práticas de inclusão”, argumentou a diretora, que ainda acrescentou que a iniciativa promove a “contínua democratização do acesso ao espaço da biblioteca que conta com excelente acervo”.
Conforme apurou a reportagem, as proponentes do projeto, Claudia Regina e Patrícia Butgnoll, captaram recursos junto ao programa de fomento de cultura da universidade, referendado por parecer técnico. “A obra não derivou de recurso de custeio da unidade universitária, ou seja, a universidade possui diversas ações nas mais distintas áreas de maneira que não foi retirado recurso destinado à Permanência Estudantil ou de alimentação para tal ação”, disse a diretora.
Ainda segundo Claudia, “o pedido de cessão de espaço, que constitui ato discricionário, foi tramitado conforme os demais pedidos dessa natureza, a exemplo de cessão de espaço para a Atlética, Bateria Universitária, Cheerleaders e, inclusive, para a Adunesp, que há décadas ocupa espaço público desta unidade universitária, sob cessão de espaço, sem pagamento de aluguel, água, luz, internet e telefone – estas despesas, sim, pagas com custeio da unidade”.
“Ressalta-se que não há obrigatoriedade das concessões de espaço dessa natureza serem referendadas por órgãos colegiados e/ou sindicais”, cutucou a diretora.
Claudia ainda destacou a força da obra cultural. “Quanto ao artista que realizou a pintura do mural artístico, Eduardo Kobra, o mesmo possui reconhecimento internacional, caracterizando-se como um dos principais nomes da arte urbana do Brasil. O artista também fundou o Instituto Kobra, que busca transformar vidas através da arte, por meio de diversas ações e apoio a projetos públicos e humanitários. A contratação atendeu tramitação em consonância com as normativas vigentes da atual lei de contratações e licitações”, concluiu Claudia Regina.
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