Homem foi preso em flagrante na DDM em Marília (Foto: Alcyr Netto/Marília Notícia)
Um empresário de 47 anos, com negócios nos setores agropecuário, educacional, varejista e imobiliário, é alvo de denúncias em um caso de violência doméstica em Marília. As acusações incluem descumprimento de medida protetiva, assédio e abuso de álcool e drogas, em um contexto de poder econômico. O caso foi apurado com exclusividade pelo Marília Notícia e expõe como a violência ultrapassa diferentes camadas sociais.
A vítima é uma mulher de 36 anos, que registrou uma série de denúncias na Polícia Civil, nas quais relata medo e intimidações envolvendo até funcionários, em sua fase de separação.
Conforme apurou a reportagem, tão ampla quanto a influência do autor e da família é a sua ficha criminal. Desde a maioridade, foram 14 inquéritos policiais e pelo menos 15 processos que envolvem crimes contra a honra, lesão corporal, porte de drogas, crime de trânsito, entre outros.
A esposa – que tem uma filha de oito meses com o empresário – conseguiu o afastamento dele da mansão onde viviam, em um condomínio fechado na zona leste, mas mesmo assim não obteve tranquilidade.
MEDIDA PROTETIVA
Em registro de ocorrência do início desse mês, a mulher relatou que o empresário descumpriu a medida protetiva, ao se aproximar de sua casa. Ele teria passado diversas vezes em frente ao imóvel de carro, olhando fixamente para o imóvel, mesmo em uma rua sem saída, ou seja, sem outra motivação.
Além disso, apontou assédio aos funcionários que trabalham no imóvel, que foram questionados sobre sua rotina e seus horários. O autor, conforme o relato, exerce poder sobre os trabalhadores, que são prestadores de serviço terceirizados para atender tanto as residências da família quanto ao grupo empresarial.
Embora não exista uma norma para a Justiça fixar distância mínima em medidas protetivas, o caso teve uma flexibilização de 200 para 150 metros. Isso porque a defesa do autor peticionou que o empresário possa viver na casa de sua mãe, localizada no mesmo condomínio, distantes 180 metros da vítima.
SOB VIGILÂNCIA
Em depoimento à polícia, a esposa do autor relatou que o relacionamento durou cerca de dois anos e quatro meses. No ano passado, ela chegou a denunciar lesão corporal, mas a ação penal não teve sequência.
Na época, com a filha do casal recém-nascida em casa, ela teria tentado trancar o marido para fora do imóvel. O relato inclui agressão física e temor pela criança, já que segundo ela, o agressor estaria descontrolado e sob efeito de álcool e outras drogas.
A Polícia Militar chegou a ser acionada e apreendeu porções de maconha, que estariam guardadas em um closet do imóvel. O caso teve, inclusive, desdobramentos na Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), para apuração de ato ilícito relacionado à posse.
A queixa de lesão corporal acabou sendo retirada e o caso foi esvaziado de provas, antes que o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) oferecesse denúncia.
O recuo, porém, não garantiu a paz e o relacionamento chegou ao fim de forma conturbada, com as novas denúncias revelando ainda mais o peso do poder econômico contra a vítima, que não possui renda própria e é dependente.
Em seu novo depoimento, ela relatou a substituição não solicitada de uma funcionária, de forma suspeita e contou que um eletricista esteve na casa, durante sua ausência, alegando manutenção de câmeras. Por telefone, o homem teria tentado obter as senhas para acesso a imagens, o que acabou negado.
Outra situação que faz parte dos relatos foi a retirada de uma babá do trajeto para o trabalho, pelo autor. Ele teria feito a mulher entrar em seu veículo, parado em uma rua discreta e feito série de perguntas sobre a rotina e vida pessoal da ex-companheira.
A funcionária – que também é terceirizada, na empresa que atende tanto as residências quanto as empresas da família – se sentiu intimidada e já prestou depoimento à polícia sobre a atitude do empresário.
Com as novas denúncias, ele poderá ser alvo de uma ação penal por violência doméstica, além do risco de ter endurecidas as restrições da medida protetiva em vigor.
O caso é acompanhado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Marília. A reportagem procurou pela Polícia Civil, mas a instituição manteve o sigilo padrão para casos de violência doméstica e não se manifestou. O MN acompanha.
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