Daniel culpa desvios de Camarinha por falta de água na zona Norte
Candidato à reeleição em Marília, o prefeito Daniel Alonso (PSDB) colocou a culpa pela falta de água na zona Norte na cidade, em supostos desvios cometidos por seu principal adversário no pleito deste ano, Abelardo Camarinha (Podemos).
“A região com mais problema no abastecimento é justamente aquela que mais sofreu com desvio de recursos. Os bairros da zona Norte não teriam falta d’água se a barragem do Ribeirão dos Índios tivesse sido concluída”, afirma Daniel.
“As obras começaram em 2003 na gestão do ex-prefeito Abelardo Camarinha, foram paralisadas no ano seguinte, e os R$ 11 milhões consumidos nela, que se forem corrigidos chegam a R$ 30 milhões, são questionados em ações judiciais até hoje”, continua o tucano.
De acordo com o atual prefeito, “a obra nunca acabou, a barragem está abandonada e enquanto as ações não forem finalizadas, não se pode mexer no local”.
No plano de governo de Abelardo, que já chefiou o Executivo municipal por três mandatos, uma das propostas é justamente concluir a obra iniciada há quase 20 anos.
Daniel também afirma que Marília vive a pior seca dos últimos tempos, além de enfrentar o aumento no consumo em decorrência da pandemia, que obrigou as pessoas a ficarem mais tempo em casa.
Relembre
Com a promessa de acabar com a falta de água na zona Norte de Marília, a obra foi iniciada no em 2003, no governo do ex-prefeito Abelardo Camarinha (PSB), e paralisada já no ano seguinte.
Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi firmado com o Ministério Público Federal (MPF), já que foram aplicados recursos da União, e descumprido.
Os procuradores executaram o TAC na gestão passada, de Vinicius Camarinha (PSB), e o imbróglio continua. Uma licitação para a retomada chegou a ser aberto naquele governo, mas não apareceram interessados em executar o serviço.
Abelardo, responsável pela administração municipal quando a obra foi iniciada, foi condenado em 2016 junto com José Luís Dátilo, ex-secretário municipal de obras públicas, por atos de improbidade.
A ação foi movida na 2ª Vara Federal de Marília, que condenou a dupla a devolver mais de R$ 11 milhões aos cofres públicos. Foi constatado que apenas 30% do projeto foi executado.
Na época, Camarinha alegou que iniciou as obras. “Deixamos ela quase pronta e o governo Bulgareli abandonou as obras, deteriorando uma boa parte do que foi feito. A nossa parte foi concluída e se houve algum erro não foi culpa do meu governo”.
A reportagem do Marília Notícia apurou no começo do ano passado que a atual administração apresentou ao MPF um projeto para concluir a barragem, mas os procuradores solicitaram estudos complementares para se evitar que seja desperdiçado mais dinheiro público.
Naquela ocasião, a administração municipal afirmou por meio de nota que aguardava uma decisão final da Justiça Federal para retomada da obra ou um acordo com o MPF.
“A totalidade da obra implica em grande dispêndio de dinheiro sem que tenha o necessário benefício à população, neste sentido um acordo para aproveitar o que já está construído é o que melhor atende o interesse público e a eficiência nos gastos do dinheiro público”, alegou o governo Daniel Alonso há um ano e meio.