Marília e região

Agência é fechada na Tiradentes e estrutura bancária encolhe ainda mais

Apenas a agência Itaú da avenida Sampaio Vidal segue atendendo toda a população de Marília (Foto: Sindicato dos Bancários)

O encerramento da agência do Banco Itaú na avenida Tiradentes, zona sul de Marília, em julho, reacendeu o debate sobre a redução da estrutura bancária no município e seus impactos para trabalhadores e clientes. Com a decisão, a instituição financeira passa a operar com apenas uma unidade convencional na cidade — localizada na avenida Sampaio Vidal, no Centro — além do Itaú Personnalité, na avenida das Esmeraldas.

A desativação é mais um capítulo no processo de encolhimento da presença física do banco na cidade. Segundo Edilson Julian, presidente do Sindicato dos Bancários de Marília e Região, a medida não é exclusiva do Itaú.

“Bradesco e Santander também já realizaram encerramentos significativos. O Bradesco, por exemplo, fechou duas agências — na avenida Rio Branco e na rua Nove de Julho —, mantendo atualmente unidades nas avenidas João Ramalho, República e Sampaio Vidal. O Santander encerrou três agências e hoje opera apenas com uma unidade convencional e outra Select, ambas na Sampaio Vidal”, detalhou o sindicalista.

Nos últimos anos, outras três agências do Itaú foram fechadas nas avenidas República, Rio Branco e João Ramalho. O atendimento presencial foi concentrado na agência central, dificultando o acesso para moradores de bairros mais afastados. Até mesmo o Banco Mercantil do Brasil reduziu operações, encerrando a unidade da Sampaio Vidal e mantendo apenas a da Nove de Julho.

Até o momento, apenas o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal não registraram fechamentos de agências em Marília.

AVANÇO TECNOLÓGICO E PERDA DE EMPREGOS

A redução da presença física dos bancos tem custo social elevado, sobretudo em termos de empregos. Edilson Julian estima que, nos últimos cinco anos, a base sindical de Marília perdeu entre 80 e 100 postos de trabalho. Ele atribui a retração ao avanço tecnológico, como a inteligência artificial, que tem sido usada pelos bancos como justificativa para digitalizar serviços e encerrar agências.

“A digitalização avança, mas o impacto social é profundo. Muitos idosos e aposentados, que dependem do atendimento presencial, enfrentam dificuldades com a tecnologia. Essa dependência digital pode levar a fraudes, pois nem sempre há apoio familiar para orientá-los”, alertou.

A situação se repete em cidades menores da região. Segundo o sindicato, o Santander fechou a única agência em Oscar Bressane, e o Bradesco fez o mesmo em Oriente. A base sindical, que abrange até Ourinhos, também acompanhou diversos encerramentos de unidades em outros municípios.

ALTERNATIVA PARCIAL

Diante do cenário, cooperativas de crédito têm absorvido parte dos bancários demitidos. No entanto, Edilson Julian ressalta que as condições de trabalho nesses locais são diferentes: não há a mesma convenção coletiva da categoria bancária, e a jornada de trabalho também é distinta.

“Os bancos hoje estão voltados apenas ao lucro. Não pensam mais em seu papel no desenvolvimento do país ou no atendimento à população. O que querem é ganhar dinheiro”, concluiu.

Alcyr Netto

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