Tradicional político mariliense desabafou em carta aberta
Para o deputado estadual Aberlado Camarinha (PSB), o responsável pela derrota de seu filho Vinícius Camarinha (PSB) nas urnas no último domingo (2) não foi o candidato vencedor da eleição municipal, o empresário Daniel Alonso (PSDB).
A derrota de seu clã seria culpa, segundo o parlamentar, de uma figura a quem ele chama “mago”, codinome Oliveiros.
Logo após o resultado das urnas, Camarinha pai havia dito que a reeleição de seu herdeiro havia fracassado por conta da conjuntura política nacional. A tese era de que a insatisfação popular contra a política em âmbito nacional favorecesse os candidatos de oposição.
O “mago” de condinome Oliveiros apareceu em denúncias feitas por Camarinha pai nos dois últimos dias.
A última diz: “O grande arquiteto da estratégia, marketing e logística da campanha à reeleição do prefeito Vinícius Camarinha, que atende pelo codinome de Oliveiros, ou o “mago” Oliveiros, o qual ditou as normas imperialmente como deveria ser a condução da campanha, perdeu as eleições em quatro cidades (Campinas-SP, Balneário de Camboriú-SC, Santa Maria-RS e Marília-SP)”.
A declaração foi dada por Camarinha ao site do jornal Diário de Marília – veículo de comunicação do qual ele é suspeito de ser o real proprietário. A notícia foi publicada na noite de quarta-feira (5).
“O “mago” da derrota esqueceu e não priorizou em Marília o grande contingente eleitoral de 76%, que residem e votam na periferia da cidade”, afirma o texto.
Segundo o deputado estadual Abelardo Camarinha, o “mago”, “influenciou, induziu e levou a erro o candidato a prefeito e o candidato a vice em Marília, com marketing, material de campanha e visual de horrível qualidade eleitoral e difícil compreensão e entendimento por parte do eleitor mediano”.
CAMPANHA
Em outro artigo no mesmo site na manhã de ontem (5), horas antes da segunda publicação, Camarinha fala mais sobre o “mago” e dá detalhes sobre a campanha de Vinícius.
“Um determinado marqueteiro da capital paulista, que não conhece Marília, nem seu povo, seus costumes, seu jeito e suas reações, nem mesmo onde ficam os bairros Cascata e Nova Marília”, descreve.
De acordo com o parlamentar, ficaram de fora personagens do município que ele considera experts na política local: “Luiz Eduardo Nardi, Waldomiro Paes e Carlos Garrossino, entre outros, os quais participaram de dezenas de campanhas eleitorais, sendo 90% delas vitoriosas”.
“Os nomes citados acima acumulam de 30 a 40 anos de experiência no ramo, vivenciando o comportamento, o humor, o sentimento, o desejo e a tendência da maioria da população”, aponta Camarinha pai. “Esse núcleo que acumula um rol de vitórias ficou alijado do planejamento, táticas e decisões dessa campanha”, completa.
O deputado diz que esse grupo não teria participado sequer da formação das coligações partidárias, que projetam os vereadores eleitos.
Camarinha pai reclama também de não ter sido ouvido. “Não pude oferecer nem dar minha experiência na estratégia, no planejamento e na logística da campanha, especialmente nos 150 bairros que compõem a periferia da cidade. Isso por falta de convite”, escreve.
Mesmo assim, ele lembra que se esforçou para ajudar o filho. “Fiz o que pude, dei meu sangue, coloquei meu candidato na frente num bom momento e aumentei a rejeição do principal adversário de 9% para 35%. Também fiz a apreensão, juntamente com as polícias Militar e Federal, de violento material destrutivo contra Vinícius Camarinha.”
O deputado faz críticas também a pontos como a debandada de 40% dos 170 vereadores que formavam a coligação de Vinícius. Diz ele, faltaram “entre outras coisas, motivação, material e aspectos políticos e ideológicos aos mais de 170 candidatos a vereador da coligação do PSB, que são os homens de front da “batalha” eleitoral”.
Camarinha reclama do material gráfico – sua eficácia e estética – e diz que “tudo, na campanha, era resolvido sob orientação de São Paulo. O mais triste e inconcebível é que desde um “santinho” de campanha até um resposta no debate eleitoral, era obrigado a passar pela “sapiência” do “mago” Oliveiros”.
Camarinha disse ainda que durante a campanha um estrategista “mor” o mandou ir dormir, porque a “a onça estava morta”.
O tradicional político de Marília finalizou criticando uma pessoa em específico na campanha: “Um deles se fechou numa sala, colocou vidro fumê, ficou rodeado de alguns assessores e passou a usar a palavra agenda, deixando velhos companheiros de batalha esperando horas e horas do lado de fora, sem serem atendidos. Usava três celulares, mas não atendia nenhum”, disse no Diário.
QUEM É O “MAGO”?
Ao que tudo indica, o “mago” seria o marqueteiro Oliveiros Domingos Marques Neto, dono da empresa Sotaque Brasil Publicidade e Propaganda.
A empresa, envolvida em inúmeros escândalos de corrupção na Operação Lava-Jato, é responsável por fazer o material publicitário da Prefeitura de Marília desde 2014.
A Sotaque Brasil já recebeu quantias milionárias dos cofres públicos marilienses desde o início do contrato.
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