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A solidariedade do povo brasileiro e suas adversidades

Já se disse em prosa e verso que o brasileiro traz um seu íntimo um admirável espírito de benevolência e solidariedade. É também notoriamente cordial. De se ver que na atual crise que permeia e amedronta a nossa sociedade, são cada vez mais frequentes os exemplos de ajuda solidária aos deserdados da fortuna e que não dispõem de recursos para a própria sobrevivência ou àqueles que enfrentam privações extremas diante do grave quadro social atual.

Entidades de cunho social ou organizações dirigidas à benemerência criam campanhas para suprir, minimamente, as dificuldades de sobrevivência dos mais pobres, que constituem hoje fatia exponencial da sociedade, diante do atual quadro de desemprego, crise sanitária e pobreza que assola o país.

Justificável, portanto, a premissa de que a maioria do povo brasileiro tem um enorme coração, sempre disposto e disponível para auxiliar os mais necessitados, confirmando a lição da filosofia, no sentido de que “o homem verdadeiramente cordial é animado pelo sincero propósito de vir ao encontro do próximo; é benévolo por cortesia e gentileza da alma e se esforça nos limites de suas possibilidades, para compreender e ajudar os outros. ”

Por outro, embora se reconheça o inato sentimento de caridade que anima o coração do nosso povo, não há como perder de vista que uma significativa parcela da população não se reprime ao constatar a possibilidade de obter uma vantagem pessoal, ainda que ilícita, no verdadeiro exercício da “lei de Gerson”.

Permito-me anotar esse detalhe, diante da constatação das inúmeras fraudes detectadas no recebimento do chamado auxílio emergencial, medida pela qual o Estado tenta suprir as necessidades mais básicas do ser humano, hoje em situação de quase desespero, mediante a doação de recursos em moeda corrente.

É inacreditável o número de pessoas que não necessitam da ajuda estatal para a sobrevivência, mas que promove o pedido, se autodeclarando necessitado, exercitando uma conduta deplorável e de forte colorido penal. Assim, é no mínimo deprimente que pessoas, tidas como solidárias e benevolentes, venham encarnar a triste figura de um reles falsário. Para elas, tal conduta é a mais viva negação da solidariedade e benevolência. Que Deus as perdoe.

Décio Mazeto

Ex-juiz da 3ª Vara Criminal de Marília, Décio Divanir Mazeto atuou por 34 anos na magistratura

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