Lembrado nesta próxima quinta-feira (28), o Dia Nacional do Voluntariado traz um leque de opções de personagens quando de trata da história de Marília, cidade símbolo de amor e liberdade. Dentre tantos nomes de referência, destaque para Marluce Gripa que, em 2007, fundou ao lado da filha Tammy Gripa a Associação Amor de Mãe, entidade que já atendeu centenas de crianças e adolescentes ao longo de sua história.
A Associação Amor de Mãe nasceu do desejo de apoiar a comunidade. O início foi marcado por cursos de costura e padaria para mães, mas logo o foco se expandiu para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes.
Atualmente, a instituição atende 220 crianças e jovens, número bem maior que as 30 atendidas no começo. No contraturno escolar, o Amor de Mãe oferece um ambiente de aprendizado com reforço lúdico em português e matemática, apoiado por pedagogos e psicopedagogos, que atuam especialmente nas lacunas agravadas pela pandemia.
As atividades incluem canto coral, flauta e violão, além de esportes como futsal, basquete e tênis de mesa. A instituição também garante alimentação nutritiva com café da manhã, almoço e lanche da tarde, fator essencial para muitas crianças, contribuindo para autoestima e bem-estar.
Apesar do reconhecimento pelo trabalho realizado, o Amor de Mãe enfrenta um desafio urgente: conquistar empresas parceiras que possam destinar parte do imposto de renda, por meio da Lei Rouanet, assegurando a continuidade e expansão dos programas.
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MN – Qual era o objetivo inicial e como ele evoluiu ao longo dos anos?
Tammy Gripa – O objetivo sempre foi a criança. Na Pastoral, atendíamos desde a gestação até os cinco anos. No Amor de Mãe, começamos com as mães dessas crianças, oferecendo cursos de costura e padaria, já que muitas não tinham formação. Assim a associação foi crescendo.
MN – Vocês tinham apoio da Prefeitura?
Tammy Gripa – No início, tivemos apoio do professor Mário Bulgareli, então prefeito, e da professora Fátima, do Fundo Social. Também recebemos ajuda do Rotary e do Tauste. A Prefeitura dava uma subvenção pequena, mas que ajudava. O Rotary, por exemplo, doou máquinas de costura e fornos, essenciais no começo.
MN – Com o tempo, o trabalho ficou mais voltado às crianças?
Tammy Gripa – Sim. O número de crianças foi crescendo, e hoje elas são o foco, embora ainda tenhamos atividades para as mães, como artesanato e cursos de padaria e confeitaria em parceria com Senac e Sesi. Hoje, atendemos crianças do 1º ano, quando começam a alfabetização, até os 15 anos nas atividades pedagógicas e até os 18 nos esportes.
MN – Quantas crianças eram atendidas no início e quantas são hoje?
Tammy Gripa – Começamos com 30 e hoje são 220.
MN – O que motivou essa mudança de foco e no número de atendidos?
Tammy Gripa – As leis mudaram, e algumas instituições não se adequaram e fecharam. Nós entendemos que a profissionalização era necessária. Isso nos ajudou a crescer.
MN – Como o Amor de Mãe se profissionalizou?
Tammy Gripa – No começo, era um trabalho leigo. Hoje, temos assistente social, psicóloga, psicopedagoga, pedagogos e educadores sociais. Esse corpo técnico é essencial para atender as crianças de forma completa.
MN – O atendimento é no contraturno escolar. Quais atividades são oferecidas?
Tammy Gripa – Sim. Pela manhã, das 7h30 às 12h, e à tarde, das 12h às 17h. Participamos de dois chamamentos públicos: um da Assistência Social, com educadoras sociais, e outro da Educação, com pedagogos.
MN – É como um reforço escolar?
Tammy Gripa – Exato, mas em forma lúdica. Trabalhamos português e matemática de forma diferente da escola, para despertar o interesse. Para casos de maior dificuldade, contamos com uma psicopedagoga.
MN – As crianças ainda sofrem com defasagens da pandemia?
Tammy Gripa – Sim. Muitas perderam conteúdos do 1º e 2º ano, e hoje, no 6º ou 7º, ainda têm lacunas. A psicopedagoga identifica onde a criança parou e trabalha para nivelar a aprendizagem.
MN – Além disso, quais atividades são oferecidas?
Tammy Gripa – Na cultura, temos canto coral, flauta doce, percussão, ukulele, violão, jazz e balé, via Lei de Incentivo e ProAC. No esporte, das 16h30 às 19h30, há futsal, basquete e tênis de mesa.
MN – E a alimentação?
Tammy Gripa – É fundamental. As crianças recebem café da manhã, almoço e lanche à tarde. Também doamos frutas e biscoitos, pois muitas vezes essas refeições são as únicas do dia.
MN – Quantos funcionários trabalham na Associação?
Tammy Gripa – Temos cerca de 22 funcionários.
MN – Quais são os maiores desafios atuais?
Tammy Gripa – O principal é captar empresas parceiras para investir via Lei Rouanet. Nosso projeto foi aprovado, mas se não conseguirmos apoio até 31 de dezembro, perderemos a oportunidade.
MN – Qual a importância desse apoio empresarial?
Tammy Gripa – É investir no futuro. As crianças de hoje serão os funcionários de amanhã. Se não aprenderem, não se desenvolverão. O investimento em educação reflete em uma sociedade melhor.
MN – Como o trabalho impacta as famílias?
Tammy Gripa – Quando a criança apresenta dificuldades, a assistente social conversa com a mãe e orienta. Às vezes ajudamos com cesta básica ou encaminhamentos. Trabalhar a família é essencial para o desenvolvimento da criança.
MN – Vocês também recebem imigrantes?
Tammy Gripa – Sim. Hoje atendemos famílias da Angola e da Venezuela. Eles relatam a fome e dificuldades que enfrentam em seus países. Fazemos o possível para acolher.
MN – Como está a autoestima das crianças?
Tammy Gripa – Crianças que não aprendem se tornam indisciplinadas. Mas quando se destacam em esportes ou música, a autoestima melhora. Muitas chegam tímidas e saem alegres. Esse reflexo chega às famílias.
MN – Tem algum exemplo marcante?
Tammy Gripa – Recentemente, um jovem de 16 anos, ex-aluno, voltou para agradecer. Ele estuda no Devisate e faz curso na Unimar. Disse: “Sou grato ao que fizeram comigo aqui e quero retribuir com um trabalho para a instituição”. Isso é transformador.
MN – Como pessoas e empresas podem ajudar?
Tammy Gripa – Pelo telefone (14) 3422-5525 ou WhatsApp (14) 9 9154-9758. Começamos do zero, sem imaginar esse crescimento. Hoje, buscamos cada vez mais qualidade, porque a criança merece um bom atendimento.
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