O jornalista José Henrique Travassos de Brito, de 61 anos, que morreu na madrugada desta sexta-feira (17), vivenciou quase meio século da história do rádio na região de Marília. Além da voz marcante no noticiário, destacou-se como cerimonialista e pioneiro da televisão local, com programa no ar por mais de 25 anos.
O início da carreira, ainda na adolescência, foi como aprendiz na antiga Rádio Clube de Garça, mais tarde denominada Rádio Centro-Oeste. Na emissora, Zé Henrique, como era chamado, passou por diversas funções até dominar os microfones, realizando o sonho de infância.
Embora preparado para diferentes formatos de programa, a paixão pelo jornalismo sempre prevaleceu, tornando-o referência no noticiário local.
Em 1989, a qualidade de seu trabalho — já reconhecida regionalmente — o afastou de Garça, apesar da forte ligação com as raízes. Ele aceitou convite da Central Marília de Notícias (extinta CMN) para integrar a equipe da Rádio Dirceu de Marília. Jornalismo, esportes, eventos: a atuação sempre foi intensa.
No rádio mariliense, construiu uma trajetória sólida no jornalismo, convivendo com grandes nomes da radiodifusão, em uma época em que o rádio era a principal fonte de informação, com forte apelo popular.
Como professor, Zé Henrique abriu espaço para novos profissionais e manteve-se atualizado. O jornalista da TV Record Fernando Garcia relembra: começou como repórter na Rádio Dirceu em 1998, com Henrique como âncora.
“Ele me ensinou muito: fazer apuração, levantar notícia policial, checar. Foi um dos meus mestres no início da carreira”, afirmou Garcia, que lamentou a perda.
“A primeira vez que o Zé Henrique entrou na internet, eu estava ao lado. Fui eu quem ensinou. Ele dizia que ‘não ia dar certo’, ficou bravo pela dificuldade inicial, mas, nos dias seguintes, virou o maior internauta de Marília”, contou.
O jornalista Gabriel Tedde, fundador do Marília Notícia, também prestou homenagem: “Estive com ele algumas semanas atrás. Brinquei que meu sonho era contratá-lo como âncora para algum projeto no MN. Ele elogiou muito o jornal e disse que acompanhava todos os dias. Foi referência para todos nós. Um profissional dedicado e leal. Fará falta.”
Absorver novos conhecimentos e construir parcerias era natural para o radialista, que permaneceu no grupo até 2006. Disputas e mudanças na comunicação local o levaram à Rádio 950, onde formou dupla com o também ícone do rádio, Wilson Matos (já falecido).
Com duas edições matinais, a dupla disputava a audiência. Zé Henrique levou consigo experiência, colegas e ouvintes fiéis.
Em 1999, iniciou trabalho pioneiro na televisão local, em canal fechado. O telejornal do Canal 4 tornou-se referência em notícias locais e atravessou diferentes fases. O empresário Tony Filho, proprietário da emissora, também lamentou a morte:
“Irreparável para a família, para o Canal 4 e para o jornalismo regional. Era um amigo, sempre atualizado. O Zé deixa uma lacuna de tamanho que, neste momento, nem sei dimensionar. São, praticamente, 28 anos de convivência”, disse.
Atualmente, além da televisão e do rádio, atuava no Departamento de Comunicação da Prefeitura de Marília. Era o cerimonialista oficial dos eventos do município. O prefeito Vinicius Camarinha (PSDB) decretou luto oficial na cidade.
O corpo do jornalista será velado a partir das 15h, na sala 7 do Velório Municipal de Marília. O sepultamento está marcado para este sábado (18), às 9h30, em Garça, no Cemitério Santa Faustina.
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