Polícia

Vídeos inéditos revelam agressões e incêndio de homem vivo

Alemão e Natália, com faca na mão, iniciam agressões na rua contra a vítima (Imagem: Reprodução/Marília Notícia)

O brutal assassinato de Agnaldo Souza Barbosa, ocorrido na noite de 9 de julho de 2025, no bairro Palmital, zona norte de Marília, deve ganhar nova repercussão com a divulgação de imagens que revelam em detalhes a dupla autoria e a crueldade dos atos cometidos contra a vítima, de 54 anos.

O crime foi flagrado por câmeras de segurança, e as gravações — até então inéditas — foram obtidas com exclusividade pelo Marília Notícia (veja no final da reportagem). As imagens foram cruciais para que a Polícia Civil indiciasse e prendesse o casal envolvido.

Classificado como homicídio qualificado por motivo fútil, emprego de fogo, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, o crime teve como autores Anderson de Jesus Ferreira, conhecido como “Alemão”, e Natália Nunes Silva.

Primeira vez que casal deixou o local, antes de retornar para atear fogo contra a vítima (Imagem: Reprodução/Marília Notícia)

O caso ocorreu em um terreno baldio na Rua Santos Dumont. Policiais militares foram acionados e encontraram o corpo de Agnaldo com cortes profundos no pescoço e sinais de queimaduras nas roupas e no corpo. O laudo confirmou que a causa da morte foi a grande perda de sangue provocada por golpes de arma branca na região cervical.

Anderson foi detido por populares nas imediações, trajando bermuda azul e sem camiseta. Ele apresentava respingos de sangue nas mãos, pés e corpo, além de lesões compatíveis com luta corporal.

No primeiro depoimento, confessou ter agredido a vítima com um pedaço de pau e uma garrafa, durante um conflito decorrente do uso de drogas — após disputa por R$ 10 para compra de crack. Tentou, contudo, eximir-se da autoria do homicídio, atribuindo a Natália a facada fatal e a tentativa de atear fogo.

Inicialmente, Natália foi apresentada à polícia como possível envolvida, mas foi liberada ao alegar que apenas presenciara o crime e que teria sido coagida por Anderson, sob ameaça de morte, a permanecer no local.

A solução completa do caso veio após as diligências da Delegacia de Investigações Gerais (DIG). As imagens de câmeras de imóveis vizinhos, obtidas pelos investigadores, foram decisivas e acabaram descartando a versão de que Natália teria sido coagida.

DIG faz busca para prender Natália após confirmação de seu envolvimento no crime (Foto: Divulgação)

“As imagens falam por si. Mostram toda a dinâmica do crime. Num primeiro momento, não foi possível identificar os autores, apenas a brutalidade dos atos. Com o avanço das investigações, apuramos que os dois foram responsáveis pelo homicídio e que chegaram a atear fogo na vítima ainda viva”, afirmou o delegado titular da DIG, Luís Marcelo Perpétuo Sampaio.

As gravações mostram Anderson e Natália agindo em conjunto: golpeiam a vítima com um pedaço de madeira, desferem garrafadas e facadas. Também forçam Agnaldo a entrar no terreno baldio, onde as agressões se intensificam.

O momento mais chocante revelado pelas imagens foi a extrema crueldade: o casal deixou o local e retornou minutos depois para reiniciar os ataques. Em seguida, atearam fogo no corpo da vítima diversas vezes.

O laudo pericial confirmou que Agnaldo sofreu queimaduras em aproximadamente 20% do corpo ainda com vida, o que indica que estava consciente e em intenso sofrimento durante a tentativa de incineração.

Populares ouviram os gritos e, com a aproximação, forçaram os autores a fugir.

Agnaldo Souza Barbosa foi violentamente assassinado na zona norte de Marília (Foto: Divulgação)

Diante das evidências das filmagens, Natália teve sua prisão temporária decretada em 10 de julho, posteriormente convertida em preventiva. Anderson, preso em flagrante, também teve a custódia convertida para preventiva.

Ambos foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio qualificado em quatro qualificadoras: motivo fútil (disputa por droga), uso de fogo, meio cruel (espancamento e queima da vítima viva) e recurso que dificultou a defesa (coação e superioridade numérica).

A Justiça manteve a prisão preventiva, destacando a gravidade do crime e a periculosidade dos acusados como justificativas para a garantia da ordem pública e da instrução criminal. Os réus aguardam audiência de instrução, debates e julgamento, marcada para 10 de fevereiro de 2026.

Alcyr Netto

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