Proposta de carta de crédito no valor de R$ 10 mil desagradou ex-moradores (Foto: Arquivo/MN)
Há cerca de um ano, diversos moradores do conjunto habitacional Paulo Lúcio Nogueira, nos prédios da CDHU, na zona sul de Marília, foram obrigados a deixar suas casas. Desde então, enfrentam dificuldades financeiras e emocionais. Muitos, que tinham um imóvel próprio, hoje lidam com os desafios do aluguel e da adaptação a uma nova realidade.
Fernanda Sigulini, moradora do CDHU por quase 27 anos, relembra com tristeza os investimentos feitos no apartamento já quitado. O imóvel contava com forro de gesso, iluminação embutida, piso na sala e cozinha, azulejos em vários cômodos e portão de segurança.
“Foi por água abaixo. Perdi tudo que conquistei com muita luta. Consegui reformar o apartamento com o dinheiro que recebi quando trabalhava numa indústria de alimentos. Se eles forem reformar os nossos apartamentos e nos devolver, não vai vir com nada disso”, lamenta.
Hoje, Fernanda paga R$ 1.280 de aluguel e recebe R$ 1.000 de auxílio, o que gera déficit mensal. Além disso, relata dificuldades com o transporte. No antigo endereço, havia mais linhas de ônibus e intervalos menores entre as viagens. Agora, no bairro Palmital, o deslocamento é mais difícil.
“O supermercado mais próximo fica a 11 ou 12 quarteirões de distância. Não tem como ir a pé, preciso ir de Uber. A única linha que passa aqui é a da Vila São Paulo, mas demora demais. É muito complicado. Antes eu estava num imóvel que era meu, em uma localização muito boa”, explica.
Quando deixaram os prédios, os moradores foram informados de que os imóveis seriam mantidos seguros e vigiados. No entanto, o local sofreu depredações: janelas e portas foram retiradas, além de toda a fiação dos apartamentos.
Recentemente, a Prefeitura de Marília realizou uma grande limpeza no entorno dos prédios, recolhendo entulho e sujeira acumulada. Muitos ex-moradores imaginaram que a ação fosse o início das reformas, mas foram informados de que se tratava apenas de uma operação de limpeza, o que frustrou as expectativas de retorno.
Suzana Félix da Silva, que também tinha o imóvel quitado no CDHU e hoje mora no bairro Nova Marília II, relata que a mudança tornou a vida “bem mais complicada”.
“O valor do auxílio não cobre o aluguel completo. E agora as imobiliárias aumentaram os valores em 16%. O meu aluguel está em R$ 1.400, fora os custos com seguro-fiança e seguro contra incêndio”, diz.
Segundo ela, a situação é comum entre os ex-moradores. “O povo não está aguentando mais pagar aluguel. O valor subiu, mas o auxílio continua o mesmo. No CDHU, eu já tinha quitado o meu imóvel e não pagava nada.”
Suzana espera que uma decisão definitiva sobre o futuro dos prédios seja tomada com urgência. “A esperança é que haja uma definição rápida. Se forem reformar e os prédios ficarem seguros, vamos voltar. Só espero que seja feito logo, pois todo mundo está muito apreensivo”, conclui.
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