Chegou a vez das startups de saúde morderem os grandes cheques. A startup Alice anuncia nesta quinta-feira, 11, que recebeu um aporte de US$ 33,3 milhões (R$ 178,8 milhões) liderado pelo fundo americano ThornTree Capital Partners – também participaram da rodada o grupo argentino Kaszek Ventures e os fundos brasileiros Canary e Maya Capital. Trata-se de um dos maiores investimentos em uma “healthtech” nacional.
A Alice se define como uma “gestora de saúde individual”: a empresa nasceu em meio à pandemia oferecendo um plano de saúde que mescla atendimento digital com presencial. Seu serviço, lançado em junho de 2020, é oferecido por meio de um app, que conecta pacientes a profissionais de saúde contratados pela própria startup, além de uma rede de hospitais e laboratórios parceiros, como o Hospital Alemão Oswaldo Cruz e a rede Fleury – a plataforma organiza os dados dos pacientes para históricos em consultas e aposta também em prevenção e acompanhamento do bem-estar do usuário.
Por trás do negócio, estão veteranos do ecossistema de inovação: a Alice foi fundada por André Florence e Matheus Moraes, ambos ex-99, e por Guilherme Azevedo, cofundador do Dr. Consulta.
Até esse novo cheque, a startup havia recebido US$ 14,5 milhões em aportes em 2019 – investimento que ocorreu antes mesmo de iniciar a operação. Agora, com os novos recursos, o objetivo da Alice é sustentar seu ritmo de crescimento, que, segundo a empresa, tem sido de 51% ao mês em número de usuários.
“Essa rodada nos permitirá reforçar nosso time, tanto de tecnologia quanto de profissionais de saúde, e também expandir o número de instituições parceiras”, diz Florence, presidente executivo da Alice, ao Estadão. O plano é dobrar o número de funcionários até o final do ano – hoje, a startup tem 130 pessoas na equipe, sendo 30 profissionais de saúde, o que inclui médicos, enfermeiros, nutricionistas e preparadores físicos.
O plano de saúde da Alice para uma pessoa de 30 anos custa a partir de R$ 650 – mais caro do que a média de um plano de saúde tradicional em São Paulo para usuários da mesma idade, cujo preço mensal é de cerca de R$ 500. A startup, porém, vem atualizando o preço nos últimos meses: em setembro, custava a partir de R$ 850. “Estamos focados em achar soluções com nossos times de tecnologia e saúde para baratear o serviço”, afirma Florence. A Alice hoje atua na cidade de São Paulo e oferece cobertura nacional para emergências e urgências.
Na visão de Felipe Matos, presidente da Associação Brasileira de Startups (ABStartups) e colunista do Estadão, se a startup ganhar escala nos próximos anos, haverá mais possibilidade de ser agressiva em relação ao preço do serviço. “O grande desafio da Alice hoje é a cobertura: ampliar a rede de médicos e hospitais para conseguir uma oferta competitiva”.
Healthtechs em alta
Com a pandemia, o setor de healthtechs como um todo está aquecido. Só neste ano, já houve dois aportes relevantes no segmento. Um deles foi em janeiro: investimento de R$ 54 milhões na ViBe Saúde, dona de um aplicativo de telemedicina e cuidados em saúde. Outro, anunciado nesta quarta-feira, 10, foi na startup Zenklub, de R$ 45 milhões – a empresa oferece serviços de bem estar e saúde emocional.
Em particular, a área de planos de saúde tem ganhado atenção de startups. Além da Alice, um dos nomes que passou a atuar no ramo é a healthtech brasileira Sami, que recebeu um aporte de R$ 86 milhões no ano passado: depois de trabalhar desde 2018 com projetos pilotos voltados a otimizar serviços de operadoras de saúde, a empresa anunciou em outubro o lançamento do seu próprio plano de saúde.
Para Matos, da ABStartups, o ano promete mesmo grandes cheques para startups de saúde. “A pandemia começou a acelerar muitas transformações, jogando luz sobre ineficiências. Muitas oportunidades surgiram em 2020, e empreendedores começaram a trabalhar mais nesse campo e a validar modelos de negócios. Neste ano os aportes devem chegar com mais força”, diz.
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