Marília

Saúde investiga caso de morte por leishmaniose

A Secretaria Municipal de Saúde informou hoje (22) que está investigando um caso de morte suspeita por leishmaniose visceral.

A doença transmitida pelo mosquito-palha tem em cão o hospedeiro original. A rede municipal de saúde enfrenta o vetor e desenvolve a busca por pacientes sintomáticos desde 2011, ano em que houve a primeira transmissão em humano.

“A partir de agora passaremos a divulgar boletins mensais com o monitoramento da doença e já estamos intensificando todo o trabalho preventivo. Além disso, necessitamos da cooperação da população eliminando toda e qualquer matéria orgânica dos quintais, limpando seus terrenos e evitando a criação de animais, como galinhas e porcos, pois todas estas circunstâncias atraem o mosquito-palha”, afirmou Hélio Benetti, secretário municipal de Saúde.

A leishmaniose tem tratamento e cura. Em 2016, foram identificados 7 casos em humanos. Com exceção da morte suspeita registrada nesta semana, os outros 6 pacientes já superaram o sintoma e, após atendimento médico passam bem, livres da doença.

O acompanhamento médico inclui os especialistas do Ambulatório Mário Covas. A investigação da morte suspeita conta com equipes técnicas da Vigilância Epidemiológica de Marília e também por profissionais do Hospital das Clínicas (HC).

Conforme informações da Vigilância Epidemiológica de Marília, a morte suspeita de uma paciente do sexo feminino, com 81 anos de idade, moradora da zona Sul, ocorreu na segunda-feira, dia 21, quando estava internada no Hospital das Clínicas.

A paciente apresentou outras comorbidades, incluindo quadro de hipertensão arterial e diabetes. Natural de um Estado da Região Nordeste – principal região brasileira em casos de leishmaniose visceral, conforme o Ministério da Saúde – a paciente vivia em Marília nos últimos anos e passou pelo atendimento e tratamento na rede de saúde.

“O município está totalmente articulado no enfrentamento do mosquito-palha. O grupo de trabalho de leishmaniose, montado no começo deste ano, conta com o envolvimento estratégico de profissionais da atenção básica, da Vigilância Epidemiológica e da Divisão de Zoonoses”, disse a Prefeitura em nota.

Segundo a supervisora da Vigilância Epidemiológica, Alessandra Arrigoni Mosquini, “são médicos, médicos veterinários, enfermeiros, auxiliares de Enfermagem, cirurgiões-dentistas e agentes de endemias que, de forma periódica e sistemática, desenvolvem ações e avaliam a situação do município no que se refere às medidas de controle da leishmaniose visceral”.

Inquéritos caninos

Uma das ações de prevenção e controle consiste na elaboração de inquéritos caninos – bloqueios em áreas onde foram registradas transmissões para humanos para constatar a positividade da doença em cães.

“Os cães são hospedeiros do vírus e, ao constatar com contraprova do laboratório Adolf Lutz que o animal está contaminado, é procedida a eutanásia”, informou a Secretaria Municipal da Saúde.

O setor de Vigilância Epidemiológica corrobora que, a única forma de enfrentar a doença em cães contaminados, consiste na eutanásia do animal.

A padronização do enfrentamento conta também com busca de pessoas com os sintomas da doença: febre persistente, falta de apetite, dor abdominal e aumento do volume da barriga.

“Importante salientar que a leishmaniose em humanos tem cura e tratamento inclui medicação anfotericina B”, ressaltou a supervisora Alessandra Arrigoni Mosquini. O tratamento da leishmaniose em Marília começa no Hospital das Clínicas e, na sequência, os pacientes são direcionados aos prontos atendimentos municipais.

O primeiro caso de leishmaniose em humanos na cidade foi registrado em 2011. Depois, dois casos foram confirmados em 2014, 1 caso em 2015 e 7 casos em 2016 [incluindo a morte suspeita que vem sendo investigada pela Secretaria Municipal da Saúde e pelo Hospital das Clínicas de Marília].

O Município informa que o controle, combate e ações intensificadas no confronto ao mosquito-palha serão assumidas do mesmo modo como são feitos mutirões e enfrentamentos ao mosquito Aedes aegypti. Isso significa que, permanentemente, a Saúde fará ações de prevenções e controle.

Recentemente, equipe multiprofissional, incluindo médicos e enfermeiros da Secretaria Municipal da Saúde, participou de capacitação ministrada pela médica veterinária e pesquisadora científica Mary Marcondes Feitosa, considerada uma das principais especialistas no combate à leishmaniose visceral.

A presença do mosquito-palha em Marília foi confirmada pela 1a vez no ano de 2009. O Município informa ainda que os técnicos da Secretaria Municipal da Saúde estão buscando a expertise e estratégias de trabalho adotadas por equipes multiprofissionais de municípios onde a leishmaniose é endêmica e acabou sendo vencida e controlada.

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